Ai que Saudades do Mario Lago

Considerado um artista múltiplo, Mario Lago era também um ótimo frasista. Ao digitar seu nome no oráculo dos tempos modernos, o Google, acham-se pérolas. “Fiz um acordo de coexistência pacifica com o tempo”, dizia Mario Lago, “Nem ele me persegue, nem eu fujo dele. Um dia a gente se encontra”. E certa vez ele confessou ao jornalista João Máximo, de O Globo: “Isso aqui (a vida) está tão bom que penso seriamente em chegar aos 100”.

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Literatura pela cidadania

Em 2006, na cidade mexicana de Nezahualcóyotl, o governo municipal escolheu uma ação curiosa para o aprimoramento do efetivo policial: incentivar a leitura. A cidade já teve o maior índice de criminalidade em uma área metropolitana violenta, e a corrupção e a brutalidade da força policial eram apontados como um dos agravantes da insegurança municipal. Com a justificativa de que isto poderia melhorar o cenário, o governo enviou uma lista de obras literárias como “sugestões” oficiais para os agentes em serviço. Entre os livros escolhidos, estavam Dom Quixote, Pedro Páramo, Aura, O labirinto da solidão, Cem anos de solidão, O pequeno príncipe, contos de Edgar Allan Poe.

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Lavoura Arcaica, um filme literário

Relendo Lavoura Arcaica relembro do filme. E de uma tentativa de crítica cinematográfica. Resgato-a:

Lavoura Arcaica (2001), adaptação do livro homônimo (1976), é uma viagem cinematográfica em que os universos de dois artistas, um da palavra, outro da imagem, se sobrepõem. O diretor Luiz Fernando Carvalho, que também coproduziu, roteirizou e editou o filme, foi fiel aos diálogos poéticos do livro de Raduan Nassar. Ao mesmo tempo, buscou transcender a literatura e acoplar lhe uma personalidade imagética própria.

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Minicontos máximos

Do haicai ao dinossauro de Augusto Monterroso, a narrativa brevíssima tem uma história longa. Com a internet e redes sociais como o Twitter, as variações e definições chegaram a um grau de sutileza que haja quem reconheça diferenças entre narrativas com até 50 letras (nanocontos), até 100 letras (microconto) ou com a abundância de 150 letras (miniconto).

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Cenas de uma livraria encantada

Já escrevi reportagem sobre a histórica Shakespeare and company, às margens do Sena, em Paris; minha edição de Howl, de Allen Ginsberg, foi comprada na City Lights, em São Francisco, Califórnia, que serviu de plataforma para os beats; passei tardes fugindo do calor do verão de Buenos Aires no ar-condicionado da grandiosa El Ateneo Grand Splendid. Mas nenhuma dessas livrarias me surpreendeu mais que a Miragem, em São Francisco De Paula (Avenida Júlio de Castilhos, 603, [54] 3244-3592). Espero que as fotos transmitam um pouco do encantamento.

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