Que literatura pode surgir da internet?

Kenneth Goldsmith em apresentação na Casa Branca

A pergunta do título, na verdade, diante de tantas respostas possíveis, é insolúvel: o importante é a questão, o modo como ela ressignifica a rede mundial de computadores enquanto lugar de formação da criatividade. Quero dizer: que literatura pode surgir da internet? Milhares. Escritores assistindo três horas de pornô podem usar os vídeos como base para uma coletânea de contos eróticos. Tuítes de celebridades podem se transformar em poesia dadaísta. Reportagens, artigos políticos podem se tornar o núcleo de um livro de espionagem.

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Que literatura há nas mesas do Café Brasilero?

Crédito: Carolina Oliveira

Rua Ituzaingó, 1147, a poucos metros da Plaza Matriz. Ciudad Vieja, Montevideo, Uruguai, o sul do sul do continente. As coordenadas geográficas levam a um salão à meia-luz em que dez mesas de madeira esperam pelos frequentadores. Ao fundo, o espelho do balcão revela, tal como os vidros da porta de entrada, o nome e a data de inauguração do lugar: estamos no Café Brasilero, fundado em 1877.

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Por onde anda Pynchon?

Ninguém sabe, ninguém viu. Esse ditado pode ser clichê – soa até como título para música do Ultraje a Rigor –, mas, no caso de Thomas Pynchon, é uma verdade atroz: recluso há décadas, o escritor norte-americano se tornou o maior enigma da literatura mundial, um quebra-cabeça infinito. Ninguém conhece o seu rosto hoje, se ele está bem de saúde ou não, seu paradeiro atual é desconhecido, há quem garanta que ele já morreu.

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Quantos negócios Simões Lopes Neto viu naufragar?

Recorte de um anúncio da Livraria do Globo na revista Província de São Pedro

Autor de Contos gauchescos e Lendas do sul, os dois livros que acabaram por consolidar o que pode ser chamado de regionalismo gaúcho, Simões Lopes Neto não pôde se dedicar por inteiro à literatura. As histórias de Blau Nunes, hoje lidas e estudadas com atenção no Brasil, só alcançaram sucesso póstumo. Durante a vida, Simões Lopes Neto se dedicou ao jornalismo e a empreendimentos que desmoronavam em sequência.

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