Esta é uma das gralhas mais famosas na história editorial brasileira: em 1902, a Livraria Garnier resolveu publicar uma segunda edição dasPoesias completas de Machado de Assis. Apesar do cuidado com a revisão e a composição, normal nas edições da Garnier, um erro tipográfico grave escapuliu no prefácio escrito por Machado.
O Bruxo do Cosme Velho anotou: “…a tal extremo lhe cegara o juízo…”; o tipógrafo, por sua vez, trocou o “e” de “cegara” por um “a“! O pior é que o problema só foi notado quando alguns exemplares já tinham sido vendidos.
Um empregado da Livraria, então, deu a sugestão de raspar o intrometido “a” e escrever o correspondente “e” a nanquim. Foi a solução paliativa, até que Garnier providenciou a reimpressão da folha com a palavra certa, substituindo-a em todos os livros defeituosos.
Não é necessário dizer que os poucos exemplares com este célebre erro passaram a ser raridades, tornando-se, portanto, um item obrigatório na coleção dos bibliófilos brasileiros!
Faculdade de Letras / PUCRS