Você conhece o Sabadoyle?

Reunião do dia 14 de julho de 1973, lembrando a passagem dos 50 anos da Semana de Arte Moderna

Grandes escritores brasileiros, conversando sobre literatura, aos sábados, na casa do advogado e bibliófilo Plínio Doyle – essa pode ser a definição resumida do que era o Sabadoyle. Em fins de 1964, o poeta Carlos Drummond de Andrade começou a freqüentar a residência de Doyle, no Rio de Janeiro, dando origem aos encontros semanais. Inicialmente, as reuniões se davam na Rua Barão de Jaguaripe, n. 62; depois, foram deslocadas para o apartamento 201 do prédio 74, na mesma rua, devido à falta de espaço da primeira casa. Além dos fundadores Drummond e Doyle, faziam parte do grupo nomes como Raul Bopp, Aurélio Buarque de Holanda, Américo Lacombe, Joaquim Inojosa, Peregrino Júnior, Ciro dos Anjos, Alphonsus de Guimaraens Filho, Gilberto Mendonça Teles, Pedro Nava, Homero Homem, Afonso Arinos, Wilson Martins, Murilo Araújo, Mário da Silva Brito, entre muitos outros. A partir de 11 de novembro de 1972, decidiu-se fazer uma ata semanal das reuniões, muitas vezes lavradas na forma de poemas, como a primeira, de Guimaraens Filho, em trecho abaixo:

“Grande dia, grandes dias
pretendo viver ainda
nesta casa que agasalha,
vida que se quer infinda,
entre amigos, junto ao amigo
melhor, que é o nosso Plínio”.

No livro de sua autoria, “Uma vida” (Rio de Janeiro: Casa da Palavra; Fundação Casa de Rui Barbosa, 1999), Plínio Doyle relata que entre 1964 e 23 de junho de 1996, foram 1.562 Sabadoyles: 1.153 reuniões com ata, 409 sem. O último Sabadoyle se deu no dia 26 de dezembro de 1998. Doyle faleceu em 26 de novembro de 2000, aos 94 anos.

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