Marcelo Gama é o pseudônimo literário de Possidônio Cezimbra Machado, nascido em Mostardas, cidade litorânea do Rio Grande do Sul, no dia 3 de março de 1878. O poeta, dramaturgo e jornalista morreu no Rio de Janeiro, a 7 de março de 1915, depois de cair de um bonde, no bairro Engenho Novo. Pouco conhecido, até porque “Via sacra”, sua obra máxima, de 1902, está fora do mercado editorial desde 1944, é um dos grandes poetas simbolistas do Estado, autor de uma poesia inovadora para a época, tanto que Donaldo Schüler, em “A poesia no Rio Grande do Sul”, aponta: “Habituados ao discurso grandiloquente de tantos poetas rio-grandenses, soam com agradável surpresa os versos serenos de Marcelo Gama na virada do século” (Porto Alegre: Mercado Aberto, 1987. p. 99). Realmente, Gama traz uma lufada inovadora não só para a poesia regional, mas para a brasileira. O autor foge dos clichês gauchescos, buscando um poesia de dicção cosmopolita, em que há a presença de um “eu” bastante marcado, que se debate constantemente entre se adequar aos padrões sociais vigentes ou assumir o caminho da marginalização que a vida de artista impõe aos que por ela seguem.