Rosa encantado

Após João Guimarães Rosa ser eleito, sem voto contra, para a Academia Brasileira de Letras, a insistência em adiar a posse, somada a declarações de que não sobreviveria ao evento, criou um mito sobre a morte do escritor, três dias depois. Teria o autor de Grande Sertão: Veredas feito um pacto como o de seu personagem Riobaldo? Ou, como bom inventor que era, Rosa estaria só esbanjando elementos para mais uma história de fantasia e mistério?

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Viajando com Charley

Em 1960, o escritor americano John Steinbeck, que dois anos depois receberia o Nobel, lançou “Viajando com Charley”. No livro, publicado no Brasil nos anos 1970, pela editora Record – ainda dá para achar em sebos –, Steinbeck narra uma jornada de três meses pelos EUA na companhia de seu poodle Charley. Não gosto de poodles, mas gostei do livro, e como em minha última viagem usei pela primeira vez um navegador com GPS, e ele me indicava ruas e avenidas com uma voz masculina, apelidei-o de Charley.

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O processo minucioso de criação de Umberto Eco

Ao desenhar o retrato de todos os monges sobre quem escreveu no romance O nome da rosa (1980), Umberto Eco entrou definitivamente para o rol dos escritores adeptos de uma metodologia minuciosa para a criação ficcional. São autores que fazem plantas detalhadas dos lugares que descrevem nos livros, dramatizam as cenas no mundo real antes de colocá-las no papel ou até fazem o mapa astral dos personagens, como Fernando Pessoa para os heterônimos.

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