O poeta português Fernando Pessoa, um verdadeiro mago das palavras, interessava-se bastante pelos assuntos relativos ao misticismo: espiritismo, cabala, maçonaria, astrologia. Esta última talvez fosse um dos seus assuntos preferidos, tanto que fez o seu mapa astral e o de seus heterônimos, e também previu (e errou) o momento de sua morte, de acordo com os astros. A curiosidade com o zodíaco levou Pessoa a encontrar o polêmico místico britânico Aleister Crowley (1875-1947), que fez a cabeça de muita gente, incluindo John Lennon e Raul Seixas. Em 1930, após uma troca de cartas, Crowley foi a Portugal, onde passou duas semanas. Nesse período, encontrou-se duas vezes com o poeta dos heterônimos, oportunidade em que combinaram de encenar o suicídio do mago inglês, no Cabo das Rocas, em Cascais, sob a justificativa de “animar Lisboa”. No momento em que Crowley cruzava a fronteira país português, saía num jornal lisboeta a notícia, com necrológio assinado por Pessoa!