Literatura pela cidadania

Em 2006, na cidade mexicana de Nezahualcóyotl, o governo municipal escolheu uma ação curiosa para o aprimoramento do efetivo policial: incentivar a leitura. A cidade já teve o maior índice de criminalidade em uma área metropolitana violenta, e a corrupção e a brutalidade da força policial eram apontados como um dos agravantes da insegurança municipal. Com a justificativa de que isto poderia melhorar o cenário, o governo enviou uma lista de obras literárias como “sugestões” oficiais para os agentes em serviço. Entre os livros escolhidos, estavam Dom Quixote, Pedro Páramo, Aura, O labirinto da solidão, Cem anos de solidão, O pequeno príncipe, contos de Edgar Allan Poe.

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Lavoura Arcaica, um filme literário

Relendo Lavoura Arcaica relembro do filme. E de uma tentativa de crítica cinematográfica. Resgato-a:

Lavoura Arcaica (2001), adaptação do livro homônimo (1976), é uma viagem cinematográfica em que os universos de dois artistas, um da palavra, outro da imagem, se sobrepõem. O diretor Luiz Fernando Carvalho, que também coproduziu, roteirizou e editou o filme, foi fiel aos diálogos poéticos do livro de Raduan Nassar. Ao mesmo tempo, buscou transcender a literatura e acoplar lhe uma personalidade imagética própria.

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Minicontos máximos

Do haicai ao dinossauro de Augusto Monterroso, a narrativa brevíssima tem uma história longa. Com a internet e redes sociais como o Twitter, as variações e definições chegaram a um grau de sutileza que haja quem reconheça diferenças entre narrativas com até 50 letras (nanocontos), até 100 letras (microconto) ou com a abundância de 150 letras (miniconto).

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