O francês Auguste Comte (1798-1857) ficou conhecido por ser o fundador do positivismo, um sistema filosófico que bania a metafísica e o sobrenatural para explicar o mundo. Comte defendia a observação dos fenômenos e a aplicação de fatores humanos nas explicações. Teve grande aceitação na Europa de sua época, e no Brasil.
Autran Dourado (1926-2012), escritor mineiro falecido no último setembro, não foi econômico ao falar sobre sua ars poética. Escreveu ensaios, biografias, manual de estilística e ainda abordou a própria formação como escritor no romance Um artista aprendiz. Pelo resultado desse trabalho de artesão, sua obra ganhou, entre outros, o Prêmio Machado de Assis (2008), da Academia Brasileira de Letras; o Prêmio Camões (2000), o Jabuti e o Goethe de Literatura do Brasil por As imaginações pecaminosas (1981), sem contar a inclusão do romance Ópera dos Mortos (1967) entre as obras representativas da literatura universal, em seleção da Unesco.
Em 2011, a escritora e jornalista Vanessa Barbara, autora, dentre outros, O Livro Amarelo do Terminal (Cosac Naify, 2008) – pelo qual ganhou o Jabuti de melhor livro-reportagem -, foi incumbida de traduzir O grande Gatsby (Companhia das Letras,2011). Uma missão a princípio gloriosa. O romance de F. Scott Fitzgerald foi recebido com entusiasmo ao ser publicado, em 1925, e desde então tem se mostrado perene. Dar-lhe uma nova versão em português tomou cinco meses da vida de Vanessa. Suas recordações do período não são das melhores.
Obras literárias de diferentes estilos, épocas e autores, Almoço Nu (William Burroughs, 1959), Crash (J.G. Ballard, 1973) e Cosmópolis(Don Delillo, 2003) não reúnem as qualidades mais óbvias para uma adaptação cinematográfica, mas foram transpostas para a telona através das câmeras do canadense David Cronenberg.
O médico Joaquim José de Oliveira Neto (1904-1991) era um apaixonado por livros. Em sua casa, na pequena São João da Boa Vista, no interior paulista, mantinha um vasto acervo, principalmente de literatura brasileira e francesa. A biblioteca se esparramava por duas salas, em caprichados estantes de madeira e armários envidraçados.
As circunstâncias pouco claras em torno da morte de Jane Austen (1775-1817), aos 41 anos, levantaram uma suspeita curiosa, no ano passado. Especialistas nunca puderam determinar com precisão a causa da morte da escritora, mas as hipóteses de linfoma ou doença de Addison foram probabilidades levantadas pelos biógrafos por muito tempo. Em 2011, a autora de romances policiais Lindsay Ashford se mudou para a cidade de Jane Austen para escrever um novo livro. Depois de investigar as cartas da autora de Orgulho e Preconceito, encontrou trechos que considerou suspeitos, escritos nos últimos anos de sua vida. A partir de descrições do estado de saúde de Austen, Lindsay Ashford, versada em descrever mortes e crimes na ficção, reconheceu sintomas de envenenamento por arsênico. No encalço dessa pista, verificou um fio de cabelo da romancista inglesa, no qual os testes para arsênico deram positivo.
Em 2012, comemora-se o centenário dos Contos Gauchescos, obra literária obrigatória nas escolas e universidades do sul, ícone do regionalismo que muito contribuiu para consolidar uma imagem da identidade cultural gaúcha. Aos cem anos dos contos escritos por João Simões Lopes Neto, o livro ganha adaptação cinematográfica nas mãos de Henrique Freitas Lima e da produtora Cinematográfica Pampeana.