Almoço nu (1959), livro alucinante e controverso de William Burroughs, acompanha as experiências de William Lee e outros personagens pelos Estados Unidos, pelo México, por Tanger e eventualmente pela Interzona, espaço para além da geografia. O que importa, porém, não são os lugares, a trama e nem mesmo os personagens, mas embarcar no fluxo da narrativa permeada de reflexões, críticas sociais e políticas, descrições de estados alterados de consciência, viagens que influenciaram fortemente a contracultura. Na introdução, o autor apresenta a obra como “anotações detalhadas do delírio e da doença”, evocando a dependência de drogas vivida por quinze anos. Objeto de uma das maiores disputas judiciais recentes sobre literatura e obscenidade, Almoço nu tornou-se o livro mais importante de Burroughs e uma referência na literatura pós-moderna.
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