João Cabral de Melo Neto (1920-1999) ficou reconhecido pelo rigor formal e pela busca de uma arquitetura concreta e precisa para o fazer poético, evitando o sentimentalismo. Essa vertente de sua obra, que já flertou também com o surrealismo e a poesia popular, pode ser bem percebida em trabalhos como o seminal A Educação pela Pedra (1965) ou Psicologia da Composição (1947). A leitura de seus livros permite entender por que suas propostas (e a realização primorosa delas) chamaram atenção no Brasil da época, onde predominava a lírica confessional. Tornou-se um dos mais importantes poetas brasileiros.
Nesta semana faria 11 anos que o pai de Oskar Schell morreu. Naquela terça-feira, 11 de setembro de 2001, Oskar, como sempre, foi à escola; seu pai tinha uma reunião no World Trade Center. As aulas foram suspensas, e os alunos liberados. Ao chegar em casa, às 10h18 (ele vivia olhando no seu relógio de pulso), o apartamento estava muito vazio e silencioso, Oskar fez um carinho no Buckminster, o seu gato, para mostrar que o amava, e foi checar as mensagens na secretaria eletrônica. Havia várias mensagens de seu pai. Ele ligava do World Trade Center, tinha acontecido alguma coisa lá, ainda não sabia o quê. As mensagens ficavam cada vez mais desesperadas.
Em “A filosofia da composição”, de 1845, Edgar Allan Poe descreve o processo de composição de seu poema mais famoso, “O corvo”. A obra, de grande musicalidade e estilização, tornou-se uma das mais importantes da poesia americana. Ela foi traduzida por escritores do quilate de Charles Baudelaire e Stéphane Mallarmé, que foram conquistados pelas rimas internas e pelos jogos fonéticos de “O corvo”, bem como pelo romantismo negro, pelas alegorias e pelos símbolos. Em língua portuguesa, traduções partiram da iniciativa de admiradores como Machado de Assis e Fernando Pessoa.