Em Quero ser Reginaldo Pujol Filho (2010), dez narrativas recriam a voz de ícones literários, como Miguel de Cervantes e Machado de Assis – e também Ítalo Calvino, Luís Fernando Veríssimo, Amilcar Bettega, Altair Martins… Depois de publicar Azar do personagem e organizar a antologia Desacordo ortográfico (2007 e 2009), Reginaldo Pujol Filho dedicou o segundo livro de contos a se contaminar expressamente dos autores admirados para propor leituras (e escrituras) próprias. Em 2013, ele finaliza o primeiro romance, provisoriamente chamado de O livro acaba aqui. Para o autor, a experiência resultou totalmente diferente do processo de escrita de contos, que por vezes exige ao escritor que se afaste do livro entre um conto e outro, “para não escrever sempre o mesmo”. Ao trabalhar no romance, lembrou-se do que aprendeu com Charles Kiefer: escrever coisas pela metade e depois continuar é como pintar uma parede, se pintar metade hoje e metade semana que vem, a marca vai ficar visível. “Então me senti obrigado a continuar e continuar com uma rotina de bater-ponto (mas sem salário) até encontrar um primeiro ponto final”.