Se hoje as lideranças do futebol brasileiro estão enroscadas em denúncias e mais denúncias de corrupção, inclusive com um dos ex-presidentes da confederação brasileira preso por uma operação da polícia federal norte-americana, o passado reserva, pelo menos, um nome mais ilustre entre as fileiras de dirigentes: José Lins do Rego. Pois é, o escritor paraibano de Menino de Engenho (1932) e Bangüê (1934), era verdadeiro fanático pelo ludopédio e chegou a ser cartola do rubro-negro carioca, depois de se mudar a trabalho para o Rio de Janeiro.
Nada de tablet, smartphone, realidade aumentada ou pixel: o que os usuários da nova biblioteca pública de Deichmanske, em Oslo, Noruega, vão ler em 2114 será mesmo o bom e velho livro. Quer dizer, não exatamente. Os livros disponíveis para os visitantes não serão os títulos impressos hoje, lidos e comentados por todo mundo, preservados sob algum tipo de criogenia. Os livros disponíveis até estão sendo escritos hoje, mas vão ser guardados em ambientes confinados e somente serão lidos de fato daqui a 100 anos.
Há diversas justificativas para os escritores que, na mais radical das contradições do ofício, optam por não escrever. O catalão Enrique Vila-Matas se ocupou de alguns dos motivos em Bartleby e companhia. O narrador do romance, um escritor que não escreve, percorre explicações reais (o caso de Rimbaud, por exemplo, que abandonou a escritura para viver uma vida de experiências drásticas) e outras mais contestáveis (como o mexicano Juan Rulfo, que justificativa o seu silêncio na literatura com a morte do tio, exímio contador de histórias).