Para J.G. Ballard, acidentes de carro provocam tesão. É o que o autor propôs em um de seus livros mais polêmicos, Crash. Mas essa polêmica antecede a publicação, e impressiona.
Para J.G. Ballard, acidentes de carro provocam tesão. É o que o autor propôs em um de seus livros mais polêmicos, Crash. Mas essa polêmica antecede a publicação, e impressiona.
A ideia surgiu por conta dos festejos do Bicentenário da República Argentina, em 2010, e prosseguiu pelos anos seguintes: na Biblioteca Nacional, uma máquina, ao estilo dos antigos aparelhos que ofereciam cigarros ao custo de algumas moedas, desta vez ofertava livros. Edições do tamanho de pacotes de cigarros saltavam para as mãos do leitor quando em contato com o cobre das moedas de peso argentino: de livros clássicos da literatura argentina a textos contemporâneos da América Latina.
James Joyce, Virginia Woolf, Jorge Luís Borges, Júlio Cortázar, Graham Greene, Gertrude Stein, Leon Tolstói, Henrik Ibsen, Émile Zola, Jorge Amado, Manoel de Barros, Anton Tchekhov, Chinua Achebe, Carlos Drummond de Andrade, Murakami, Pynchon, Nabokov, etc., etc., etc., a lista de autores importantes ignorados pelo Nobel de Literatura pode ser quilométrica, quiçá infinita. Claro, essas ausências depõem bastante contra a credibilidade do prêmio. Mas, na verdade, alguns autores vencedores é que talvez sejam a prova maior de que o Nobel não é mesmo tão confiável assim.
Elas estão presentes, na maior parte das vezes, nas prateleiras dos sebos. Se discretas, podem ser invisíveis para os clientes que folheiam um exemplar sem tanto esmero, e então só notadas quando se chega em casa. Podem expressar um carinho contido (“Para o Miguel, com um abraço forte”), um amor que não chegou a ser (“Para Marina, esperançoso de que ao menos aceite este livro”), uma saudade aguda (“Que este romance chegue até ti e diminua por um momento a maldade da distância, do tempo e do oceano”).