A finitude e a biblioteca

É comum, quando se discute sobre a leitura e a busca de informações na internet, nos depararmos com a ideia de que estamos diante do espaço infinito. Os hiperlinks e os verbetes fazem da pesquisa uma rede de conexões sem início e sem final; o crescimento da capacidade de armazenamento faz com que o limite para o acúmulo de dados se amplie continuamente; a pluralidade de fontes e referências faz com que não haja tema ou questão que ainda não tenha sido tocada.

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Um achado andaluz na Praça da Alfândega

A edição de 1961 de García Lorca

Sim, a Feira do Livro de Porto Alegre, como qualquer evento semelhante, pode apresentar ao transeunte umas quantas imagens repetidas: os livros em destaque nas bancas são praticamente os mesmos e não devem surpreender o caminhante que, durante o ano, já frequenta as livrarias. Mas, como escreveu Walter Benjamin, para se conhecer de verdade uma praça é preciso percorrê-la em todas as suas direções. E, em tempos de Feira, a Praça da Alfândega também exibe os seus objetos inesperados.

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Qual é a voz de meu escritor favorito?

AVISO: a postagem a seguir – em parte adaptado do site Mental Floss – vai matar a curiosidade de muitos e estragar a imaginação de alguns. São 07 + 01 gravações raras de escritores famosos, captadas em diversas situações, como shows de TV e entrevistas de rádio. Nem todos estão sóbrios – Hemingway, claro. E, nesta lista, selecionamos apenas os estrangeiros, deixando os brasileiros para uma segunda ocasião.

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A máquina que expele livros

Gauchos y anarquistas, um dos títulos da coleção

A ideia surgiu por conta dos festejos do Bicentenário da República Argentina, em 2010, e prosseguiu pelos anos seguintes: na Biblioteca Nacional, uma máquina, ao estilo dos antigos aparelhos que ofereciam cigarros ao custo de algumas moedas, desta vez ofertava livros. Edições do tamanho de pacotes de cigarros saltavam para as mãos do leitor quando em contato com o cobre das moedas de peso argentino: de livros clássicos da literatura argentina a textos contemporâneos da América Latina.

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Quem não merece o Nobel?

Sully Prudhomme, 'desconhecido' vencedor do Nobel de 1901

James Joyce, Virginia Woolf, Jorge Luís Borges, Júlio Cortázar, Graham Greene, Gertrude Stein, Leon Tolstói, Henrik Ibsen, Émile Zola, Jorge Amado, Manoel de Barros, Anton Tchekhov, Chinua Achebe, Carlos Drummond de Andrade, Murakami, Pynchon, Nabokov, etc., etc., etc., a lista de autores importantes ignorados pelo Nobel de Literatura pode ser quilométrica, quiçá infinita. Claro, essas ausências depõem bastante contra a credibilidade do prêmio. Mas, na verdade, alguns autores vencedores é que talvez sejam a prova maior de que o Nobel não é mesmo tão confiável assim.

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