O primeiro Prêmio Nobel de Literatura concedido a alguém da América Latina foi destinado para uma mulher, a chilena Lucila Godoy Alcayaga (1889-1957), conhecida pelo pseudônimo de Gabriela Mistral, no ano de 1945. A obra mais conhecida da autora é “Sonetos de la muerte”, marcada pelo impacto da dolorosa experiência do suicídio de seu noivo. Nos sonetos, o eu-lírico de Mistral manifesta um desejo de acolhimento em relação ao ser que se foi. Outro dado curioso é que o polêmico Prêmio Nobel de Literatura, criado em 1901 e criticado por não contemplar vários escritores importantes, só referendou quatro outros latino-americanos, além de Mistral: o guatemalteco Miguel Angel Asturias (1967), o também chileno Pablo Neruda (1971), o colombiano Gabriel García Márquez (1982) e o mexicano Octavio Paz (1990).