Conheça o lado místico de Fernando Pessoa.

Mapa astral de Ricardo Reis

O poeta português Fernando Pessoa, um verdadeiro mago das palavras, interessava-se bastante pelos assuntos relativos ao misticismo: espiritismo, cabala, maçonaria, astrologia. Esta última talvez fosse um dos seus assuntos preferidos, tanto que fez o seu mapa astral e o de seus heterônimos, e também previu (e errou) o momento de sua morte, de acordo com os astros. A curiosidade com o zodíaco levou Pessoa a encontrar o polêmico místico britânico Aleister Crowley (1875-1947), que fez a cabeça de muita gente, incluindo John Lennon e Raul Seixas. Em 1930, após uma troca de cartas, Crowley foi a Portugal, onde passou duas semanas. Nesse período, encontrou-se duas vezes com o poeta dos heterônimos, oportunidade em que combinaram de encenar o suicídio do mago inglês, no Cabo das Rocas, em Cascais, sob a justificativa de “animar Lisboa”. No momento em que Crowley cruzava a fronteira país português, saía num jornal lisboeta a notícia, com necrológio assinado por Pessoa!

Cogita-se que por trás do mútuo interesse no ocultismo, os dois tinham outras conveniências na manutenção da amizade: o poeta queria publicar suas obras na Inglaterra; o místico, por sua vez, queria divulgar suas obras em Portugal, além de conseguir um capitalista que pudesse financiar a sua editora Aquila Press.

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