Embora o livro do francês Antoine Saint-Exupéry, publicado em 1943, leve a fama como “leitura de miss”, intelectuais importantes já tornaram públicas suas opiniões sobre a fábula. A história do aviador que, durante uma pane no deserto, encontra um principezinho advindo de outro planeta, na verdade, um asteróide, identificado pelos humanos como B-612, é assim descrita por Heidegger: “Não é um livro para crianças, é a mensagem de um grande poeta que alivia qualquer solidão e pelo qual somos levados à compreensão dos grandes mistérios do mundo. É o livro preferido do professor Martin Heidegger”. O filósofo alemão, estruturador, entre outras coisas, do conceito de “dasein” (o ser-aí ou o ser-no-mundo), ao lado de algumas candidatas de beleza, compõe o vasto público de apreciadores da narrativa. Resta a pergunta: o imaginário popular subestimou a inteligência das misses ou o potencial do livro?
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