Quem não merece o Nobel?

Sully Prudhomme, 'desconhecido' vencedor do Nobel de 1901

James Joyce, Virginia Woolf, Jorge Luís Borges, Júlio Cortázar, Graham Greene, Gertrude Stein, Leon Tolstói, Henrik Ibsen, Émile Zola, Jorge Amado, Manoel de Barros, Anton Tchekhov, Chinua Achebe, Carlos Drummond de Andrade, Murakami, Pynchon, Nabokov, etc., etc., etc., a lista de autores importantes ignorados pelo Nobel de Literatura pode ser quilométrica, quiçá infinita. Claro, essas ausências depõem bastante contra a credibilidade do prêmio. Mas, na verdade, alguns autores vencedores é que talvez sejam a prova maior de que o Nobel não é mesmo tão confiável assim.

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Sobre as dedicatórias extraviadas

Elas estão presentes, na maior parte das vezes, nas prateleiras dos sebos. Se discretas, podem ser invisíveis para os clientes que folheiam um exemplar sem tanto esmero, e então só notadas quando se chega em casa. Podem expressar um carinho contido (“Para o Miguel, com um abraço forte”), um amor que não chegou a ser (“Para Marina, esperançoso de que ao menos aceite este livro”), uma saudade aguda (“Que este romance chegue até ti e diminua por um momento a maldade da distância, do tempo e do oceano”).

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O mundo hoje é melvilliano?

Dizem por aí que uma das maiores honras possíveis para um escritor é que o seu nome se transforme em um adjetivo: kafkiano, masoquista, balzaquiana, sádico, etc., etc., etc. E é mesmo uma honra? Sim, claro. Mas poucos alcançaram o prestígio pós-morte de Herman Melville – autor de Moby Dick, Bartleby, o escrivão e Billy Budd, apenas para citar os principais títulos –, o que é uma fina ironia, já que, em vida, o autor não conseguiu prestígio algum.

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Escritor sabe lutar?

Olavo Bilac e Euclides da Cunha

Por um motivo qualquer, geralmente amoroso, dois homens se enfrentam em um terreno ermo. Os dois empunham armas ou facas ou espadas. Um quer a morte do outro, um quer provocar a desonra do outro. Um duelo! A cena é clássica, bem comum em livros de cavalaria e filmes de bang-bang, mas, por incrível que pareça, situação semelhante aconteceu envolvendo dois dos principais escritores brasileiros no início da república tupiniquim.

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Era Hemingway um sentimental?

Biografia ilustrada sobre a relação de Hemingway e os gatos

Entre todas as características excêntricas de Hemingway, existe uma que é, provavelmente, bem pouco conhecida, e que aliás pouco combina com a persona macho do norte-americano: o escritor de Por Quem os Sinos Dobram e Adeus às Armas era fanático por gatos – ele chegou a ter 57 felinos na sua casa em Cuba. O primeiro, carinhosamente chamado de “bola de neve”, foi um presente do capitão de um navio e tinha seis dedos, o que acabou sendo herdado por muitos de seus descendentes, contados hoje na casa das centenas.

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