Você conhece Juó Bananére?

Juó Bananére

Juó Bananére é o pseudônimo literário do engenheiro, poeta e jornalista Alexandre Ribeiro Marcondes Machado, sendo um dos autores mais populares do Pré-Modernismo brasileiro. Nasceu em Pindamonhangaba/SP, a 11 de abril de 1892, e faleceu em São Paulo, de anemia perniciosa, aos 41 anos, a 22 de agosto de 1933. Formou-se em Engenharia na Faculdade Politécnica da USP, em 1917, mas sua fama se deve ao trabalho como jornalista e poeta. Começou escrevendo artigos para “O Estado de S. Paulo”, e em 1911 adota o pseudônimo que o deixaria famoso, integrando a equipe de articulistas do tabloide “O Pirralho”, dirigido por Oswald de Andrade. Um dos grandes achados de Bananére foi a criação de uma “língua macarrônica”, que parodia a fala inculta da primeira leva de imigrantes italianos aqui chegados, misturando códigos ortográficos dos idiomas português e italiano e inventando palavras. Em “O Pirralho”, com suas crônicas, o autor contribuiu para a discussão das relações políticas e sociais do país e se envolveu em polêmicas, como a que teve com Olavo Bilac, a qual levou Alexandre Marcondes a sair do jornal, em 1915.

Mas a grande contribuição de Juó Bananére às letras brasileiras foi o livro de poemas humorísticos “La Divina Increnca”, cuja primeira edição saiu em 1915. Se no título há a referência irônica à famosa obra de Dante Alighieri, no interior há paródias de vários poemas famosos, desde “Meus oito anos”, de Casimiro de Abreu, até “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias, sem deixar de registrar Luís de Camões, Edgar Allan Poe, Raimundo Correia, Castro Alves ou, ainda, Olavo Bilac, como em “Amore com amore si paga”, composição que se refere ao poema bilaquiano “Nel mezzo del camin…”, conforme se pode ver na primeira estrofe, abaixo reproduzida:

Xiguê, xigaste! Vigna afatigada i triste
I triste e afatigada io vigna;
Tu tigna a arma povolada di sogno,
I a arma povolada di sogno io tigna.

Colaboração:
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