De entrevistas, premiações e palestras, poucos conhecem o rosto e as opiniões do escritor Dalton Trevisan, nascido em Curitiba (PR) em 1925. Sua postura avessa à imprensa e ao contato com os fãs lhe rendeu o apelido de “o vampiro de Curitiba”, o título de um de seus livros mais famosos.
Trevisan não gosta muito de aparecer, e mesmo em maio deste ano, a receber uma das maiores honrarias literárias da língua portuguesa, o Prêmio Camões, não pode ser encontrado de imediato para receber a notícia. A editora Record, que publica atualmente os livros do autor, anunciou que vai representá-lo na cerimônia de premiação. Foi o que a editora fez em 2007 com o Prêmio Portugal Telecom, que selecionou pela segunda vez um livro do paranaense: em 2003, premiou Pico na veia; em 2007, Macho não ganha flor.
Dalton Trevisan é reconhecido como um dos maiores contistas vivos da literatura brasileira. Sua obra faz uso de tramas psicológicas e de costumes, exibindo um estilo peculiar, de grande concisão. O primeiro maior prêmio de Trevisan veio com Novelas Nada Exemplares, que arrebatou o Jabuti em 1959. Em 2012, pelo Prêmio Camões, o autor receberá 100 mil euros. Nas declarações sobre a escolha do vencedor, o júri destacou as experimentações de Dalton Trevisan com a língua portuguesa e até a reclusão, considerada uma opção radical pelo fazer literário sem distrações.
- Autoria: Moema Vilela
- Doutoranda da Faculdade de Letras / PUCRS
Faculdade de Letras / PUCRS