Você sabe o que foi a Sociedade Petalógica?

Na segunda metade do século XIX o jornalista e tipógrafo Francisco de Paula Brito era dono de uma livraria no bairro do Catete, no Rio de Janeiro. Sua livraria, além de vender remédios, chás, fumo de rolo, porcas e parafusos, também era ponto de encontro de intelectuais.

No ano de 1840, Paula Brito reuniu ali, pela primeira vez, a Sociedade Petalógica.

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A ideia era promover uma reunião para o estudo da mentira, da lorota, da peta, daí o nome “Petalógica”. Seus membros entendiam que através da profunda observação da mentira poderiam penetrar com mais acuidade na alma humana.

Pensavam, também, em prejudicar os mentirosos, fornecendo material para que estes fossem se desmoralizando a cada vez que repetissem, julgando ser verdades, as mentiras ouvidas dos membros da Sociedade.

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De acordo com historiadores, Paula Brito juntou em torno da Petalógica, não só a intelectualidade da época, mas as mais diversas personagens, das mais distintas classes sociais. Como consequência, sua sociedade promoveu encontros entre a comunidade letrada e a não letrada.

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A Petalógica reunia todo o movimento romântico dos anos 1840 aos 1860. Poetas, como Gonçalves dias e Laurindo Rabelo; romancistas, como Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antonio de Almeida e Teixeira de Souza; Compositores, como Francisco Manuel da Silva e artistas como Manuel Araujo Porto Alegre e João Caetano dos Santos.

Seu sócio mais ilustre foi, sem dúvida, Machado de Assis, que começou a frequentar aos dezesseis anos. Deve-se à Tipografia de Paula Brito a publicação da primeira produção literária de Machado. Em 1855, foram publicados na Marmota Fluminense, Revista editada pelo livreiro, os seus poemas “Dona Patronilha”, “Ela” e “A palmeira”.

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Em uma crônica escrita a 3 de janeiro de 1865 e publicada atualmente pela “Crônicas uerj.br”, Machado de Assis declara: “Este livro é uma recordação, – é a recordação da Petalógica dos primeiros tempos, a Petalógica de Paula Brito – o café Procópio de certa época, – onde ia toda a gente, os políticos, os poetas, os dramaturgos, os artistas, os viajantes, os simples amadores, amigos e curiosos, – onde se conversava de tudo – desde a retirada de um ministro até a pirueta da dançarina da moda; onde se discutia tudo, desde o dó de peito do Tamberlick até os discursos do marquês de Paraná, verdadeiro campo neutro onde o estreante das letras se encontrava com o conselheiro, onde o cantor italiano dialogava com o ex-ministro”.

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