Considerada um dos grandes eventos culturais do Brasil, a Feira do Livro de Porto Alegre nasceu em 1955, com o intuito de popularizar o livro e incentivar o público a procurar as livrarias, na época consideradas elitistas.
A ideia surgiu com o então diretor secretário do Diário de Notícias, Say Marques. Inspirado por uma feira que visitara na Cinelândia, Rio de Janeiro, Marques convenceu editores e livreiros a participarem do evento.
Tendo em mente o objetivo de tornar mais popular o acesso ao livro, os fundadores adotaram o lema “Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo”.
O local escolhido foi a Praça da Alfândega, por ser uma área muito movimentada na Porto Alegre dos anos 50, quando a cidade contava apenas quatrocentos mil habitantes. A primeira edição da Feira, que começou no dia 16 de novembro de 1955, contava com quatorze expositores.
Na segunda edição, iniciaram as sessões de autógrafos. Na terceira, coleções de livros passaram a ser vendidas pelo sistema de crediário e em 1980, foi admitida a venda de livros usados.
Um progresso sensível acompanha o evento a cada edição. Em 1994, diversas alamedas ganharam cobertura, para acomodar melhor a convivência com a chuva, que sempre comparece. Um grande número de barracas foi incorporado e houve a adoção de novos espaços, para abrigar a série de atividades agregadas ao longo dos anos.
A tradição de eleger um patrono para a Feira do Livro começou em 1965, sua 11ª edição, com a nomeação do escritor Alcides Maya. A seleção do patrono tem duas fases. Na primeira fase, cada associado da Câmara Rio-Grandense do Livro submete cinco nomes. Na segunda fase, as dez pessoas que tiveram o maior número de nomeações são submetidas a oitenta e oito pessoas do meio cultural. O mais votado por estes oitenta e oito deverá ser o patrono da Feira; em caso de empate o de maior idade será o escolhido. O processo de escolha deste ano apresenta uma novidade: as livrarias da cidade abriram o voto para os candidatos de sua preferência e puderam fazer campanha entre seus leitores, permitindo que o público também participasse da escolha.
Este ano, em sua 57ª edição, foi eleita uma mulher para desempenhar o papel, sendo a quarta nomeada em toda a história da Feira do Livro. Imortal da Academia Rio-Grandense de Letras, a professora e escritora premiada Jane Tutikian tornou-se o novo “símbolo” dos ideais da Feira do Livro de Porto Alegre.
O patrono apresenta propostas para projetos, participa dos eventos e é, como sugere o termo que o designa, a figura tutelar que mantém vivas as tradições e simboliza os propósitos da Feira promovendo o intercâmbio entre leitores autores e obras.
Faculdade de Letras / PUCRS