Trata-se de uma síndrome que faz os escritores desistirem para sempre de escrever. O nome “Mal de Bartleby” foi dado pelo espanhol Enrique Vila-Matas, a partir do conto “Bartleby, o escrivão”, de Herman Melville, o mesmo autor de “Moby Dick”. Na história, o melancólico Bartleby trabalha em um escritório em Wall Street e, estranhamente, ao ser indagado sobre qualquer tarefa a ser realizada, responde: “Eu preferia não fazer”. Vila-Matas, inspirado na narrativa, escreveu o livro “Bartleby e companhia”, em que menciona vários autores que desenvolveram a síndrome que os levou a interromper seus escritos. O poeta francês Arthur Rimbaud (1854-1891) é um dos acometidos por este mal, pois começou a fazer poesias aos dezesseis anos e aos dezenove, depois de escrever livros importantes como “Uma temporada no inferno” e “Iluminações”, simplesmente desistiu da literatura para sempre. Outro exemplo mais próximo, brasileiro e atual, é Raduan Nassar, que depois de publicar poucas histórias, entre elas o admirável romance “Lavoura arcaica”, afirma que parou de escrever definitivamente para se dedicar à agricultura.