Que tal uma história de amor?

Ray conheceu Tess numa conferência de escritores em Dallas, em novembro de 1977. Ela era uma poetiza de relativo sucesso. Tinha 34 anos. Ray estava com 39. Em 1976, os contos dele enfim tinham saído por uma grande editora. O livro – Você poderia ficar quieta, por favor? – só recebera elogios. Ele também decidira parar de beber, e havia cinco meses que não tomava álcool. “Ray parecia atrapalhado e frágil, mas me dava um pouco de medo por tudo que já tinha ouvido dele”, Tess contou ao jornal inglês The Guardian.

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A produtiva amizade de Rodrigo Lacerda e Ronaldo Correia de Brito

Os amigos Rodrigo Lacerda e Ronaldo Correia de Brito costumam trocar impressões sobre os livros que estão escrevendo. Rodrigo, por exemplo, ajudou Ronaldo a selecionar os contos que entraram em Livro dos Homens (Cosac Naify, 2005) e também opinou sobre o premiado Galiléia (Alfaguara, 2008). Ronaldo, por sua vez, deu palpites fundamentais em Outra Vida (Alfaguara, 2009).

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A luz e a escuridão de John Cheever

O norte-americano John Cheever (1912-1982) ficou famoso pelos contos publicados originalmente na revista The New Yorker. Pela elegância e sutileza de sua prosa, ele recebeu designações como “arauto da beleza e da luz”, “o Tchecov americano”, “autor de textos aconchegantes”. Em 1978, a coletânea de suas histórias ganhou o prêmio Pulitzer – algumas delas foram reunidas em 28 Contos de John Cheever (Companhia das Letras, 2010).

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De como Oswaldo França Jr. passou a perna em Rubem Braga e publicou um livro

Admirador de Rubem Braga, o escritor mineiro Oswaldo França Júnior levou para ele alguns contos, pra Braga ler e avaliar. Na época, Rubem Braga já era considerado um dos grandes cronistas brasileiros. O escritor consagrado gostou dos escritos do mais jovem e comentou que estava montando uma editora, só não podia publicar Oswaldo França Jr. porque ninguém o conhecia e contos não davam retorno financeiro. Rubem Braga teria dito: se fosse romance, eu editava.

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Marguerite Duras e a memória

Quase toda a obra de Marguerite Duras é em alguma medida ligada à sua biografia, mas, segundo a autora, nenhum de seus livros foi tão autobiográfico quanto “O amante”, em que ela narra a iniciação sexual, aos quinze anos de idade, com um chinês rico e mais velho de Saigon. O livro foi publicado em 1984, quando a escritora tinha 70 anos, e lhe deu a consagração definitiva. Tornouse bestseller, ganhou o Prêmio Goncourt e foi traduzido em dezenas de países.

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