O nome

Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, um poema foi lançado por aviões ingleses sobre o território ocupado da França. Ele começava assim:

Nos meus cadernos de escola
Nesta carteira nas árvores
Nas areias e na neve
Escrevo teu nome

Ao final de 21 estrofes, o nome da liberdade aparecia:

E ao poder de uma palavra
Recomeço minha vida
Nasci pra te conhecer
E te chamar

Liberdade

O poema de Paul Eluard, publicado em revista e depois na abertura do livro Poesia e Verdade (1942), tornou-se símbolo de esperança e da luta política para muito além da França ocupada. Uma defesa da liberdade, do engajamento, da força da poesia estão entre as leituras mais evidentes do poema. Pesquisadores de crítica genética que consultarem os arquivos de Eluard encontrarão, nos rascunhos do poeta, também a inspiração amorosa dos versos. Em vez de “Liberdade”, Paul Eluard rabiscou no último verso, nas primeiras versões, o nome de Nusch, sua esposa na época. Sobre a história do poema, Eluard declarou que destinou a princípio o poema à sua mulher, mas se deu conta de que a palavra que sempre tivera em mente era “Liberdade”, que Nusch encarnava então.

Autoria: Moema Vilela
Doutoranda da Faculdade de Letras / PUCRS
Colaboração:
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