Derrida, Barthes. E o futebol

A Copa se foi. Deixou lembranças. Alegrias. Feridas. Pelo visto, e pelo vivido, indiferença e futebol nunca combinaram. Mesmo na cabeça de quem aparentemente só pensa em coisas ditas “sérias”. Autor de mais de uma centena de livros, o filósofo Jacques Derrida (1930-2004) – criador da teoria da desconstrução, tecida a partir do princípio de inexistência da verdade absoluta –, afirmou que seu sonho não realizado foi não ter se tornado um boleiro profissional. Consta numa entrevista publicada no livro Jacques Derrida / por Geoffrey Bennington e Jacques Derrida (Editora Zahar).

Roland Barthes, outro intelectual quase onipresente na pós-modernidade, também escreveu sobre o futebol. Está registrado na obra Le sport et les hommes. Traduzo um trecho aqui, e o imagino dizendo, com o cigarro de sempre na mão:

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“Todos participam da mesma essência: o esporte é luta, combate, mas não conflito. A vitória não é jamais aquela de um homem sobre o outro, mas do homem sobre a resistência das coisas, sobre aquilo que se opõe à liberdade.”

Autoria: Luís Roberto Amabile
Doutorando da Faculdade de Letras / PUCRS
Colaboração:
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