A escrita como um jogo de pôquer

Até se estabelecer como professor de Escrita Criativa na Humboldt State University, o estadunidense Jim Dodge perambulou por vários empregos. Entre outras coisas, foi colhedor de maçãs, lenhador, agricultor, pastor de ovelhas e jogador de pôquer.

Também poeta, Dodge alcançou notoriedade com seu romance de estreia, Fup (José Olympio). Lançado em 1983 e elogiado pela crítica como uma fábula sobre a amizade e a vida em família, o livro de aproximadamente cem páginas também caiu nas graças do público. Conquista fãs ardorosos ao narrar a história de um velho nada ortodoxo – fabrica seu próprio uísque e acredita que talvez a bebida o torne imortal –, que vive numa fazenda com seu neto obcecado por construir cercas e uma pata obesa e geniosa que é criada como animal de estimação.

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O simpático Dodge visitou o Brasil em 2007, para participar da Festa Literária Internacional de Paraty. Defendeu um estilo de vida alternativo, fez críticas espirituosas à sociedade estadunidense, contou que escreveu Fup em seis inspiradas semanas. Quando um jornalista lhe perguntou se a experiência de trabalhar em vários ofícios o ajudou como escritor, ele respondeu que uma dos ofícios é particularmente comparável ao de contar histórias.

Qual? Jogador de póquer. Por quê?

“Exige grande concentração, senso de timing e
atenção aos detalhes, além de habilidade para calcular possibilidades,
lidar com eventos simultâneos, manter o humor e o equilíbrio
emocional.”

Autoria: Luís Roberto Amabile
Doutorando da Faculdade de Letras / PUCRS
Colaboração:
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