Mário de Andrade, gestor cultural

Uma exposição no Itaú Cultural destacou, neste mês, o trabalho Mário de Andrade na gestão pública. Escritor, intelectual-chave no modernismo brasileiro, o autor de Macunaíma também foi diretor do Departamento de Cultura da Municipalidade de São Paulo nos anos 1930, um equivalente à Secretaria de Cultura de hoje, desenvolvendo uma política em que se destacava a preservação do patrimônio cultural nacional e o olhar para a cultura popular e a erudita.

Entre os arquivos expostos, foram reunidos filmes, fotografias, documentos de trabalho, objetos e muitas e muitas cartas escritas por Mário para seus colegas e parceiros de pesquisas, como Rodrigo Mello Franco de Andrade e Paulo Duarte. A instalação simula um pouco o ar do gabinete do homenageado, cheia de prateleiras e gavetas que, abertas, revelam trechos de cartas, pronunciamentos e até entrevistas e músicas relacionadas aos trabalhos do Departamento de Cultura. O visitante pode conferir um pouco da visão política de Mário de Andrade, que, entre outras ações no cargo, fundou a sociedade de Etnografia e Folclore, patrocinou missões de mapeamento e registro da cultura brasileira, desenvolveu projetos de discoteca e bibliotecas públicas e desenvolveu o anteprojeto de proteção ao patrimônio histórico e artístico nacional que gerou o atual Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Autoria: Moema Vilela
Doutoranda da Faculdade de Letras / PUCRS
Colaboração:
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