Antes mesmo do lançamento, Fingidores, o terceiro livro de Rodrigo Rosp, mereceu um texto elogioso assinado pelo escritor e professor da PUCRS Charles Kiefer no Zero Hora. Rosp, que neste ano começou o mestrado em Escrita Criativa na PUCRS, faz literatura para fazer rir. A seguir, ele fala um pouquinho sobre o livro e sobre seu estilo de escrita.
Pergunta – Seus dois primeiros livros foram de contos. Fingidores brinca com a forma teatral, às vezes parece um romance. O que é exatamente o livro?
Rodrigo Rosp – Eu cheguei a pensar em tentar vender (ou divulgar) o Fingidores como um romance, mas acho que não é. Em última análise, é um livro de contos, que brinca com o modo dramático, mas não há a preocupação em encenar. Por isso, eu digo que não é teatro, no máximo uma falsa peça – afinal, eu uso as marcações, as rubricas para acentuar a comédia e o absurdo. Diria então que a forma está a serviço da narrativa (dos contos), e não o contrário.
Pergunta – Como escrever uma literatura de humor e ainda ser levado a sério?
Rodrigo Rosp – Ah, mas quem quer ser levado a sério? O bom de escrever literatura de humor é que a medida é outra: apenas o riso importa, o divertimento. Isso dá uma leveza na hora de escrever. Ainda sobre isso, meu personagem diz “jamais subestime a comédia, é a forma de literatura que mais se aproxima do orgasmo”. É, talvez exista uma manifestação aí de lutar para que a comédia não seja subestimada. Talvez.
- Autoria: Luís Roberto Amabile
- Doutorando da Faculdade de Letras / PUCRS
Faculdade de Letras / PUCRS