Filomena Marona Beja, escritora portuguesa, estreou na ficção com o romance As cidadãs, em 1998. Autora discreta, quase dez anos depois ficou surpresa ao receber, por A cova do lagarto, o Grande Prêmio de Romance e Novela APE/DGLB. Atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores desde 1982, é considerado um dos mais importantes prêmios nacionais, já tendo prestigiado nomes como José Saramago, Antonio Lobo Antunes, Agustina Bessa Luís, Gonçalo Tavares e Mário de Carvalho.
Em entrevista a um programa da RTP – Rádio e Televisão Portuguesa, a autora conta que nunca foi de falar sobre seu fazer literário e muito menos de pensar em prêmios. Em casa, na época do primeiro romance, viam-na no quarto e se perguntavam: “Será que ela está trazendo trabalho para casa?”. Quando o editor telefonou para contar que ela era a vencedora de 2007, ela respondeu como a Rainha da Inglaterra:
– Are you sure?
A cova do lagarto conta a história de Duarte Pacheco, o ministro das Obras Públicas e Comunicações em Portugal durante o salazarismo. Saudado por José Luis Peixoto como “demonstração de originalidade inequívoca”, o romance faz, nas palavras do conterrâneo e colega de atividade, “uma ficção documentada”.
- Autoria: Moema Vilela
- Doutoranda da Faculdade de Letras / PUCRS
Faculdade de Letras / PUCRS