Robert Burns é o mais celebrado dos poetas escoceses. Viveu entre os anos de 1759 e 1796. Escrevia poemas desde os 15 anos de idade, mas apenas começou a publicar aos 29, porque queria obter dinheiro para uma viagem. Devido ao sucesso de seus versos, acabou nunca deixando a Escócia, até morrer aos 37 anos. Seus poemas, apesar do rigor poético, são carregados do espírito popular, repletos de espontaneidade, simplicidade e humor.
Conta-se que, certa ocasião, Robert Burns passeava pelas docas quando percebeu que um de seus conhecidos, um rico senhor da alta sociedade escocesa, havia caído nas águas do rio.
Um marinheiro, que estava trabalhando por perto, percebeu o perigo e imediatamente saltou para resgatar o senhor já idoso, pondo em risco a sua própria vida.
Quando o poderoso comerciante recobrou consciência, retirou do bolso uma moeda e deu ao marinheiro como recompensa por tê-lo salvo.
As pessoas que transitavam pelo cais, naquele momento, ficaram furiosas e começaram a vociferar contra o comerciante e seu gesto mesquinho.
Robert Burns os interrompeu e observou, com um sorriso sarcástico: – Eu estou certo de que este cavalheiro sabe, muito melhor do que nós, o quanto vale sua vida.
Talvez o “valor” da vida de alguém possa ter a medida desua doação à humanidade, ou apenas possa ser sentido pela própria pessoa, pelo dom da vida em si, ou ainda, possa ter como referência o reconhecimento dos outros.
O fato é que Robert Burns é, até os dias de hoje, considerado o “Bardo Nacional” um verdadeiro símbolo da Escócia, tendo merecido um feriado no calendário de seu País. Nesse dia, os escoceses se reunem para comer seu prato predileto, o Haggis, e tomar whisky.
Mas isso já é uma outra história…
Faculdade de Letras / PUCRS