Trata-se de Raul Pompéia (1863-1895), autor do conhecido romance O Ateneu. Tanto a biografia de Olavo Bilac (1865-1918), de Raimundo Magalhães Júnior, quanto a de Pompéia, escrita por Camil Capaz, comentam a insólita desavença entre os dois escritores. O conflito surgiu após o ícone do Parnasianismo criticar severamente Pompéia em um de seus artigos, acusando-o de estar sendo cooptado pelo governo de Floriano Peixoto, ao aceitar o emprego de professor de Mitologia da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, além de outras agressões pessoais. Pompéia sentiu-se terrivelmente ofendido e, num encontro acalorado, ambos se esbofetearam, decidindo resolver a questão em um duelo de espadas. Na hora do enfrentamento, contudo, o árbitro, mediante testemunhas, conseguiu convencê-los a desistirem da luta, selando o impasse com um constrangido aperto de mãos entre os dois espadachins. De temperamento instável e conhecido por suas crises nervosas, Raul Pompéia se suicidaria tempos depois, com um tiro no peito.
Faculdade de Letras / PUCRS