Você sabe o que é um “biblioclepta” ou “bibliopirata”?

Capa de uma edição de 1941 de “Brasil pitoresco”

São aquelas pessoas que, amantes dos livros, não resistem e roubam determinado volume de uma outra pessoa ou de uma instituição, conforme pode ser observado nos dois famosos casos a seguir mencionados. No campo da lenda, dizem que D. Pedro II, ao visitar a rica biblioteca do Colégio do Caraça (MG), em 1881, levou consigo, sub-repticiamente, a “Crônica”, de Eusébio Panfílio, obra impressa em 1483, em Veneza. A par da antiguidade, o livro é avaliado, por especialistas como de “pouco valor”. Já no terreno da verdade, a seguinte notícia saiu na revista carioca “Vamos Ler”, em fins de 1943: a Biblioteca Pública de Pelotas (RS) teve furtada de suas prateleiras a primeira edição da obra “Brasil pitoresco”, de Charles Ribeyrolles, por um cidadão que a solicitou no balcão. Cinco minutos depois, o consulente e o livro desapareceram; no mesmo dia, o homem deslocou-se para Porto Alegre, de onde, por trem, despachou o volume para São Paulo, local em que residia. O autor do rapto foi preso; levado à polícia, confessou calmamente o ato e o justificou: ele precisava do livro para uma obra sobre as Missões Jesuíticas que estava escrevendo. Detalhe: a edição furtada tinha vinte quilos e media um metro de comprimento por noventa centímetros de largura.

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