Com o nome inspirado no famoso templo grego, a Sociedade Partenon Literário foi um agrupamento de homens e mulheres que se interessavam pela literatura e pelas artes em geral. Surgiu em Porto Alegre, no dia 18 de junho de 1868, perdurando até meados da década de 1880. Entre as atividades da associação, estavam a promoção de saraus literários, bailes, palestras e aulas noturnas, e a manutenção de um museu, de uma biblioteca e de um órgão divulgador das idéias dos integrantes, a Revista Mensal da Sociedade Partenon Literário (circulou de 1869 a 1879), que contava com os principais nomes da literatura do Rio Grande do Sul da época: os irmãos Apolinário, Aquiles e Apeles Porto Alegre, Caldre e Fião, Bernardo Taveira Júnior, José Bernardino dos Santos, Revocata Heloísa de Melo, Luciana de Abreu, Múcio Teixeira, Damasceno Vieira, Silvino Vidal, Carlos von Koseritz, Felipe Néri, Eudoro Berlink, Vítor Valpírio, entre outros. A revista divulgava poesias, contos, romances, peças de teatro, críticas literárias e notas sobre a movimentação cultural da então pequena Porto Alegre. As idéias abolicionistas, republicanas e de emancipação feminina da maioria do grupo também ganhavam espaço nas páginas do periódico partenonista.
A revista marcou a literatura do Rio Grande do Sul, pois circulava não só pela Capital, mas igualmente pelas principais cidades do Interior, o que foi importante para a formação de um sistema lítero-cultural sulino, inexistente ainda, já que o Estado mais meridional do Brasil ainda engatinhava em termos de institucionalização da cultura e da educação.
Hoje, um grupo de intelectuais de Porto Alegre mantém uma associação com o mesmo nome, com revista e promoção de palestras em escolas, a fim de homenagear a sociedade pioneira. Pode-se dizer que a Capital sul-rio-grandense não se esqueceu do grupo de escritores do século XIX: o bairro Partenon deve seu nome à sociedade, pois ali era o local onde havia a intenção de se inaugurar a sede permanente do grupo (o que nunca se efetivou); também vários nomes de ruas porto-alegrenses lembram os integrantes da agremiação.
Faculdade de Letras / PUCRS