A marca do Diabo é gaúcha?

Simões Lopes Neto

Simões Lopes Neto (1865-1916) é conhecido pelo conjunto de sua obra de cunho regionalista. São histórias permeadas pela cultura gauchesca, situações fantásticas em que lendas e mitos do pampa gaúcho contracenam com os hábitos comuns do povo. As histórias contadas por Simões Lopes Neto habitam o imaginário de leitores de várias idades. O autor publicou três obras em vida: Cancioneiro guasca (1910), Contos gauchescos (1912), Lendas do Sul (1913) e Causos do Romualdo (1914) As obras eram publicadas em Pelotas mesmo, cidade natal do autor, pela Editora Universal.

Não foi apenas à vida literária que se dedicou Simões. Empreendedor, fundou uma fábrica de vidros e uma destilaria. A crise causada pela Revolução Federalista levou-o a desistir de tais iniciativas. A investida seguinte do escritor foi uma fábrica de cigarros; seu produto recebeu o nome de “Diabo”, sendo alvo de protestos religiosos. Isso teria causado o fracasso do empreendimento. A “Marca Diabo”, caindo no vocabulário popular, tornou-se sinônimo de coisa comum, de qualquer origem. Simões não parou na fábrica de cigarros: foi empresário do ramo cafeeiro e na produção de medicamentos contra sarna e carrapatos, ainda fundou uma mineradora em Santa Catarina.

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