Autor de treze romances, além de livros de contos, ensaios e um importante estudo sobre poesia e prosa em Bakhtin, Cristovão Tezza encontrou projeção nacional como escritor com O filho eterno (2007). O livro arrebatou prêmios como o Jabuti, São Paulo e o Portugal Telecom, entre muitos, e já está na 13ª edição.
Quem acompanhou a produção literária brasileira no período sabe que a obra narra a história de um pai que, assim como Tezza, tem um filho com síndrome de Down. Os elementos biográficos de O filho eterno incluem não só a paternidade, mas a trajetória do autor na juventude nos anos 1980, a viagem a Europa para estudar na Universidade de Coimbra, o casamento, a vida de professor em Curitiba, as dúvidas de escritor. Tezza conta que essas apropriações confessionais estão também cheias de invenções e estratégias narrativas que lhe permitiram transformar uma história estritamente pessoal em um romance – a propósito, escrito em terceira pessoa.
A fronteira entre a autobiografia e o romanesco chegou até o filho Felipe, conforme Tezza conta em diversas entrevistas à imprensa brasileira. O menino se apropriou dos troféus que o pai conquistou com o romance e até já se apresentou a visitas dizendo: “Oi, eu sou o filho eterno”.
A mais recente produção do escritor radicado em Curitiba é O espírito da prosa, um ensaio sobre seu percurso literário. Para saber mais do conjunto da obra de Tezza, vê-lo e ouvi-lo de corpo presente, os gaúchos terão uma ótima oportunidade em maio, já que o autor é o homenageado da Festa Literária de Porto Alegre de 2013. Para mais informações acesse o site do evento.
- Autoria: Moema Vilela
- Doutoranda da Faculdade de Letras / PUCRS
Faculdade de Letras / PUCRS