O homem-festa literária

Supõe-se que dar à luz uma festa literária não é para qualquer um. Mas Fernando Ramos é qualquer um. No bom sentido. Ele acorda de manhã, prepara-se, toma o ônibus e vai para o emprego. É servidor público. Nas horas vagas, como quase todo mundo, dedica-se ao que gosta. No seu caso, continua servidor. Agora da literatura.

Até 2008, Fernando praticava sua paixão editando um jornal literário, o Vaia. Naquele ano, sentiu necessidade de dar mais visibilidade à publicação. Por que não organizar um evento literário? Pesquisou os que já existiam. Empolgou-se. Em duas semanas, idealizou a primeira FestiPoa Literária.

Falou então com as livrarias Nova Roma e da Palavraria. Ok, elas disseram. Foi atrás de mais alguns apoiadores. “Em 40 dias estava na rua a programação da primeira edição, que teve cerca de 40 escritores e artistas convidados e três dias de duração”, relembra Fernando.

Ele conta que desde o início quis manter o clima de boemia e celebração das artes que havia nos encontros que o Vaia promovia com certa frequência. E fazer algo sem injunção de política editorial, institucional ou politica. Até agora diz que está conseguindo: “A FestiPoa é feita meio à margem dos caminhos convencionais que se costumam percorrer nessa área”.

Talvez por isso tenha dado tão certo. E faça parte do calendário cultural porto-alegrense como se sempre tivesse estado lá. A sexta edição ocorre de 10 a 19 de maio. A programação, assim como a entrevista do Fernando, está em festipoaliteraria.blogspot.com.br.

Autoria: Luís Roberto Amabile
Doutorando da Faculdade de Letras / PUCRS
Colaboração:
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