“O coronel está à procura de certos nomes, de certos papéis que eu poderia ter. Eu estou à procura de uma morta, de um ponto no mapa”.
A visita de um intelectual a um militar que sabe onde está o corpo desaparecido de Eva Perón é a premissa do conto Essa mulher, do escritor e jornalista argentino Rodolfo Walsh – texto escolhido, durante dez anos seguidos, o melhor conto argentino na pesquisa de opinião do crítico literário Sérgio Olguin. Nele, ‘Evita’ nunca é nomeada, mas as referências a ela não podiam ser mais claras. No prefácio do livro homônimo, o autor de Operação Massacre enfatiza que o conto se refere a “um episódio histórico que todos na Argentina conhecem”.
Se nos últimos anos o nome de Rodolfo Walsh tem sido lembrado e valorizado por motivos também políticos, seus trabalhos literários e jornalísticos permanecem marcos da escrita na América Latina.
Rodolfo Walsh foi morto pela ditadura argentina em 1977. Nesta sexta-feira, 11 de abril, os autores das colunas para o site da Biblioteca Central Irmão José Otão, Luis Roberto Amabile e Moema Vilela, ao lado de Rodrigo de Böer Trujillo vão falar sobre Rodolfo Walsh, Charly Garcia e a relação entre ditaduras, literatura e política, no evento Letra e Luto: literatura e ditadura. Pode uma ditadura silenciar arte?, da Faculdade de Letras da PUCRS. A conversa será das 17h30 às 19h, na Arena do Celin (sala 222). A entrada é franca.
- Autoria: Moema Vilela
- Doutoranda da Faculdade de Letras / PUCRS
Faculdade de Letras / PUCRS