Eu fiz o Brasil chorar; e eu chorei

Em tempos de Copa, sempre me volta a primeira de que tenho lembrança. E da “Tragédia de Sarriá”. Foi em 5 de julho de 1982 que o Brasil de Telê, com Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico, perdeu da Itália. E eu perdi a fé. Aquele time não ter sido campeão era a prova irrefutável de que não existia Justiça Divina. 3 a 2 pra Itália. O mundo não fazia sentido. Três gols de Paolo Rossi no Estádio Sarriá, em Barcelona. A vida não prestava. A seleção perfeita eliminada nas quartas-de-final.

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A capa do Jornal da Tarde, de São Paulo, estampou um menino clicado no estádio pelo fotógrafo Reginaldo Manente. Nunca conheci Sarriá, que foi demolido em 1997. Escreveram-se livros sobre aquela Copa, aquela seleção, aquele jogo. Li todos, um deles do próprio Paolo Rossi, em italiano. O nome? Ho fatto piangere il Brasile.

Fez mesmo. E eu podia ser o menino daquela foto famosa.

Autoria: Luís Roberto Amabile
Doutorando da Faculdade de Letras / PUCRS
Colaboração:
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