Você já leu ou viu Persépolis?

Lançado no Brasil inicialmente em quatro partes, a história em quadrinhos Persépolis, escrita e desenhada por Marjane Satrapi, foi reeditada em um volume único, em 2008, pela Companhia das Letras, com a tradução de Paulo Werneck. Todo em preto-e-branco, o livro conta as aventuras e desventuras da menina Marjane em meio a um Irã pós-revolução de 1979, que colocou o país na linha-dura do regime xiita. A família da garota, moderna e politizada, sofre com as novas regras, que impõem o véu às mulheres e proíbem artigos que lembrem o Ocidente, como músicas, sapatos de marca, danças e bebidas. Já publicada em mais de vinte países, a autobiografia ganhou o prêmio de melhor história em quadrinhos na Feira de Frankfurt, em 2004, e vendeu, só na França, 400.000 exemplares, o que a tornou uma das graphic novels (embora Marjane não goste desse termo) mais bem-sucedidas dos últimos tempos. Outra oportunidade de se conhecer a bela e emocionante história é ver o filme homônimo, de 2007, dirigido e roteirizado pela própria Marjane Satrapi e por Vincent Paronnaud, com as vozes de, entre outros, Chiara Mastroianni e Catherine Deneuve. A película concorreu ao Oscar de Melhor Animação de 2007, perdendo para Ratatouille.

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Você se lembra qual personagem habita o asteróide B-612?

Trata-se do Pequeno Príncipe, criado pelo francês Antoine de Saint-Exupéry, em 1943. O livro homônimo, poético e filosófico, conta a história de um aviador que, durante uma pane no deserto, encontra um principezinho advindo de outro planeta, na verdade, um asteróide, identificado pelos humanos como B-612. Na fábula, o pequeno ser fala ao narrador sobre sua vida no minúsculo asteróide, ao lado de sua flor e seus três vulcões e também das viagens que realizou para outros planetas, onde conheceu figuras interessantes, como o homem de negócios, o geógrafo, o guarda-chaves, o acendedor de lampiões, a serpente e a raposa, entre outros. Saint-Exupéry, além de escritor, era aviador, atuando como piloto durante a Segunda Guerra Mundial. O criador de O Pequeno Príncipe faleceu durante uma missão de reconhecimento sobre as cidades Grenoble e Annecy, em 1944. O curioso é que o seu corpo nunca foi encontrado. Teria o autor encontrado-se com a sua personagem e com ela partido para outros planetas?

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Conheça Flávio Moreira da Costa e as suas antologias.

O escritor gaúcho Flávio Moreira da Costa, que mora há muitos anos no Rio de Janeiro, é autor de romances e livros de contos, como O país dos ponteiros desencontrados, Nem todo canário é belga, O equilibrista do arame farpado, Malvadeza Durão e O desastronauta. Nos últimos anos, porém, tem se notabilizado, no panorama editorial brasileiro, como organizador de uma série de antologias de contos, envolvendo alguns dos melhores escritores universais e tratando dos assuntos os mais variados. Desde o início de sua carreira, Flávio Moreira da Costa sempre organizou coletâneas, mas foi a partir de Os cem melhores contos de humor da literatura universal que o autor começou a publicar pelo menos uma antologia por ano, num espectro bastante abrangente de autores e temáticas. Listamos abaixo as dezessete antologias mais recentes por ele organizadas, lançadas a partir de 2001; escolha a sua preferida e boa leitura!

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“Toda vez que uma criança diz que não acredita em fadas, uma pequena fada cai morta em algum lugar”. De onde vem essa frase?

A frase está presente na fábula de Peter Pan, personagem criada por James Matthew Barrie, em 1902, através do livro The litle white bird. Dois anos depois, a história foi adaptada para o teatro, chamando-se Peter Pan, or The boy who wouldn’t grow. Em 1911, Barrie fez outra adaptação, Peter and Wendy, conhecida normalmente como Peter Pan. A fábula do menino que não queria entrar para o mundo adulto vem atraindo inúmeros admiradores ao longo das gerações. A imagem em questão, explorada nesse úlitmo livro, de que uma pequenina fada morre cada vez que uma criança afirma não acreditar nelas, configura-se como um convite para que o leitor mirim renda-se à fantasia. Isto é, funciona como um ensejo para que os leitores aceitem o pacto ficcional e liberem sua imaginação, acompanhando Peter Pan, sua amiga Wendy e a fada Sininho em suas aventuras na Terra do Nunca.

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Você sabia que Michelangelo, o famoso escultor e pintor da Capela Sistina, era também poeta?

• Conheça um de seus livros.

Lançado em 2007 pela Ateliê Editorial, Michelangelo: cinqüenta poemas revela o lado lírico do pintor, considerado “o primeiro artista moderno”, segundo o historiador de arte Arnold Hauser. Em seus poemas predominam as temáticas erótica e religiosa, em que é possível identificar influências de Petrarca e Dante. A versão bilíngüe – italiano e português quinhentista – conta com a tradução de Mauro Gama. Leia um trecho do poema 17:

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Você sabe que famoso autor alemão escrevia de pé?

Trata-se de Johann Wolfgang von Goethe (1749 – 1832), uma das mais importantes figuras da literatura alemã. Dizem que o autor gostava de escrever seus textos em pé e que a sua principal obra, Fausto, foi criada dessa forma. Para possibilitar que os livros fossem escritos por Goethe na posição vertical, o alemão tinha uma escrivaninha alta, específica para a tarefa. No retrato abaixo, tem-se o escritório do autor, em que se localiza uma escrivaninha no fundo, à direita, mais alta do que os padrões tradicionais da época. Embora a presença da cadeira mais alta indique que Goethe eventualmente se apoiasse nela, comenta-se que o intelectual acreditava que a posição vertical favorecia o processo de criação. Escrever em pé, dessa forma, canalizaria a energia criativa, de modo que ela fluísse do corpo para o papel.

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Você sabe qual peça serviu de inspiração para a criação de a Ópera do malandro, de Chico Buarque?

O musical Ópera do Malandro foi inspirado na peça Ópera dos três vinténs (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill. A peça alemã, todavia, caracteriza-se como uma paródia da obra Ópera dos mendigos (1728), do inglês John Gay. Chico transpôs a trama para o Brasil, situando-a na década de 1940, quando o país vivia o período do Estado Novo, regime ditatorial implantado por Getúlio Vargas. Na peça de Brecht, a ação se passa na virada do século XIX para o XX, em cabarés ingleses, tendo como temática a corrupção a partir das relações entre gangsters e policiais. Na versão de Chico, a cena ocorre na Lapa, famoso bairro boêmio do Rio que, nos anos 40, entra em processo de decadência. Malandros, prostitutas, contrabandistas, policiais desonestos e empresários inescrupulosos compõem a trama. A estréia da peça brasileira ocorreu em 1978, com direção de Luiz Antonio Martinez Corrêa, irmão de José Celso Martinez Corrêa. No elenco estavam atores como Otávio Augusto, Marieta Severo, Ary Fontoura e Elba Ramalho, entre outros.

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Você sabe quem é o único escritor de língua portuguesa que já ganhou o Prêmio Nobel da Literatura?

Criado em 1901, o Prêmio Nobel da Literatura, de origem sueca, atribui prêmios a escritores de várias nacionalidades. Até hoje, entretanto, apenas um autor de língua portuguesa recebeu o troféu, o português José Saramago, em 1998. Antes dele, intelectuais importantes como os irlandeses Bernard Shaw (1925) e Samuel Beckett (1969), o argeliano Albert Camus (1957), o chileno Pablo Neruda (1971) e o colombiano Gabriel García Márquez (1982), entre outros, também receberam o prêmio. Na lista dos eleitos há, todavia, nomes que não são unânimidade. À semelhança do que ocorre com o Oscar americano, sabe-se que esses processos de eleição dos “melhores” passam, evidentemente, por uma série de critérios, não apenas estéticos, mas também políticos e ideológicos. Por essa razão, Jean-Paul Sartre, escolhido em 1964, se recusou a receber o troféu. A predominância de uma visão eurocêntrica do mundo, dessa forma, justifica a ausência de escritores brasileiros e africanos na lista, pelo menos por enquanto. Se tiver interesse, você pode acessar a relação completa dos vencedores no endereço oficial do prêmio: http://nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/index.html

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Você sabe o que foi o Partenon Literário?

Com o nome inspirado no famoso templo grego, a Sociedade Partenon Literário foi um agrupamento de homens e mulheres que se interessavam pela literatura e pelas artes em geral. Surgiu em Porto Alegre, no dia 18 de junho de 1868, perdurando até meados da década de 1880. Entre as atividades da associação, estavam a promoção de saraus literários, bailes, palestras e aulas noturnas, e a manutenção de um museu, de uma biblioteca e de um órgão divulgador das idéias dos integrantes, a Revista Mensal da Sociedade Partenon Literário (circulou de 1869 a 1879), que contava com os principais nomes da literatura do Rio Grande do Sul da época: os irmãos Apolinário, Aquiles e Apeles Porto Alegre, Caldre e Fião, Bernardo Taveira Júnior, José Bernardino dos Santos, Revocata Heloísa de Melo, Luciana de Abreu, Múcio Teixeira, Damasceno Vieira, Silvino Vidal, Carlos von Koseritz, Felipe Néri, Eudoro Berlink, Vítor Valpírio, entre outros. A revista divulgava poesias, contos, romances, peças de teatro, críticas literárias e notas sobre a movimentação cultural da então pequena Porto Alegre. As idéias abolicionistas, republicanas e de emancipação feminina da maioria do grupo também ganhavam espaço nas páginas do periódico partenonista.

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Você gosta de Literatura? Participe do Seminário de Crítica Literária da PUCRS!

O XXVI Seminário Brasileiro de Crítica Literária e o XXV Seminário de Crítica do Rio Grande do Sul é um evento literário promovido pela Faculdade de Letras da PUCRS, e que este ano homenageia os escritores Machado de Assis e Guimarães Rosa. O encontro, que tem como público-alvo professores e alunos de graduação e pós-graduação em Letras e áreas afins, bem como interessados em geral, acontecerá de 2 a 4 de dezembro, no auditório Ir. Elvo Clemente, sala 305 do prédio 8. Participações dos professores Affonso Romano de Sant’Anna e Antonio Dimas estão confirmadas.

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