Sou dos que escrevem como quem assobia no escuro: falando do que me deslumbra ou assusta desde criança, dialogando com o fascinante – às vezes trevoso – que espreita sobre nosso ombro nas atividades mais cotidianas. Fazer ficção é vagar à beira do poço interior observando os vultos no mundo, misturados com minha imagem refletida na superfície, assim a Lya Luft discorre sobre seu ofício em O rio do meio (1996).