Você sabe o que é um sarau?

A palavra “sarau” origina-se do latim “seranus” que significa serão, ou seja, atividade que é realizada durante a noite. O saraus se caracterizam como eventos musicais ou literários que aconteciam em casas particulares de pessoas que se reuniam com o intuito de promover a integração social e cultural de um determinado grupo. Na Idade Média, os saraus eram os momentos em que se apresentavam cantores e trovadores. Imortalizados no século XVIII, (eram na corte de Luiz XV o exemplo de classe e graça) os saraus marcaram a época do Romantismo no Brasil, por tornarem-se o espaço de encontros e exposição social, para além de ambientes de debates e de conhecimento das idéias abolicionistas e libertárias dos artistas. Continue lendo ›

O que é literatura noir?

A literatura noir se caracteriza por apresentar histórias que misturam terror, mistério e elementos policiais, detetives e investigações que vão além dos conhecimentos de investigação criminal. O gênero recebeu esse nome justamente por ter como ambiente, na maioria das vezes, a noite, os bares, as ruas desertas e casas repletas de assombrações. O gênero nasceu nos Estados Unidos pouco depois da Primeira Grande Guerra, em publicações baratas chamadas revistas pulp. Nomes como Raymond Chandler, Dashiell Hammett e James M. Cain escreveram histórias noir que permanecem até hoje com sucesso entre as listas de livros mais procurados.

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A marca do Diabo é gaúcha?

Simões Lopes Neto (1865-1916) é conhecido pelo conjunto de sua obra de cunho regionalista. São histórias permeadas pela cultura gauchesca, situações fantásticas em que lendas e mitos do pampa gaúcho contracenam com os hábitos comuns do povo. As histórias contadas por Simões Lopes Neto habitam o imaginário de leitores de várias idades. O autor publicou três obras em vida: Cancioneiro guasca (1910), Contos gauchescos (1912), Lendas do Sul (1913) e Causos do Romualdo (1914) As obras eram publicadas em Pelotas mesmo, cidade natal do autor, pela Editora Universal.

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Camus e o absurdo da vida (e da morte).

Albert Camus, escritor franco-argelino, Prêmio Nobel de Literatura em 1957, em seus escritos discutia e apresentava o absurdo e o sem-sentido da vida, numa escola literária que ficou conhecida como Existencialismo, influenciada por filósofos como Sartre e Heidegger. Sua principal obra é o romance “O estrangeiro”, cujo personagem principal é Meursault: após comparecer ao enterro da mãe (sem lá conseguir chorar), o protagonista mata um árabe na praia, sem razão aparente. No julgamento pelo assassinato, é trazido à tona o fato de Meursault não ter chorado na cerimônia fúnebre da mãe, o que indiciaria o quanto era pessoa sem remorsos, merecedora, portanto, da pena de morte que, afinal, lhe é imputada.

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Você sabe qual livro foi a febre hippie dos anos 1960?

Considerado um clássico dos anos 1960, “O lobo da Estepe” (1927), de Hermann Hesse, conquistou boa parte da geração hippie. Tematizando a inadequação do indivíduo à sociedade, o romance critica a vulgarização da vida burguesa e seus valores. “Era uma vez um certo Harry, chamado Lobo da Estepe. Andava sobre duas pernas, usava roupas e era um homem, mas não obstante era também um lobo das estepes. Havia aprendido uma boa parte de tudo quanto as pessoas de bom entendimento podem aprender, e era bastante ponderado. O que não havia aprendido, entretanto, era o seguinte: estar contente consigo mesmo e com sua própria vida”. Essa é uma das descrições do protagonista, o intelectual e misantropo Harry, que caminha pelo mundo como um lobo solitário.

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Você sabe qual livro fundou o romance?

Apontado como fundador do romance, “Dom Quixote de la Mancha” (1605), do espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616), escrito em estilo propositadamente simples, configura-se como uma das mais comoventes e engraçadas obras da história da literatura. O protagonista, Alonso Quijano, é um homem comum, na casa dos 50 anos, aficionado por livros de cavalaria. Um belo dia, autoproclamando-se cavaleiro andante, ele monta em um pangaré, de nome Rocinante, e sai galopando mundo a fora em busca de aventuras, tendo ao seu lado Sancho Pança, seu fiel escudeiro. O romance, entendido como um pastiche das novelas de cavalaria da época, foi descrito pelo russo Dostoiévski (1821-1881) como a criação “mais profunda e poderosa” da literatura. Continue lendo ›

Uma vida dedicada aos livros.

Na manhã do dia 28 de fevereiro, o Brasil perdeu o bibliófilo José Ephim Mindlin, aos 95 anos. Nascido em São Paulo, em 8 de setembro de 1914, ele estava há mais de um mês internado no Hospital Albert Einstein, na capital paulista. Formado em Direito, advogou até 1950, momento em que fundou a empresa Metal Leve S/A, pioneira no Brasil em pesquisa e desenvolvimento tecnológico na área de autopeças. Mindlin foi dono de uma das maiores e mais importantes bibliotecas privadas do país, com várias raridades e primeiras edições. Ele começou a formar o conjunto bibliográfico aos treze anos; em 2006, no entanto, doou em torno de 45 mil volumes da coleção para a USP. Nesse ano, também, tomou posse da cadeira de número 29 da Academia Brasileira de Letras, que antes pertencia ao escritor Josué Montello.

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Você já ouviu falar da “narrativa em p”?

“Pentapaixão”, publicado em 2006, trata-se de um livro escrito por Dovílio Rodrigues, barbeiro da cidade de Araraquara, em São Paulo. A grande peculiaridade do romance é que todas as palavras que o compõem principiam com a letra “p”. A narrativa, que conta com mais de 20.794 palavras iniciadas com “p”, relata as cinco paixões vividas pelo personagem principal da história, o corredor Plínio Pirilo Pereza Proença, o Plininho, primogênito prematuro nascido de parto pélvico podálico (parto pelos pés). Os amores do protagonista vão desde uma portuguesinha, passando por uma pipoqueira e terminando com uma prostituta.
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