Quem foi a Nadja de André Breton?

Trecho da obra de André Breton. Reprodução

O ano é o de 1962, estamos no outono. Nos arredores da Opéra de Paris, pobremente vestida, uma mulher caminha sem rumo certo: “Vai de cabeça erguida, ao contrário de todos os passantes. Tão frágil que mal toca o solo ao pisar. Um sorriso imperceptível erra talvez em seu rosto”. Este é o primeiro encontro de André Breton, o personagem-narrador-autor de Nadja (1928), com a mulher que empresta o nome ao livro. Os encontros se repetirão, entre a casualidade e a necessidade, por cerca de dez dias.

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Kerouac casou por encomenda?

Jack Kerouac por Tom Palumbo, década de 1950

Sim, sim, sim, é possível dizer que Jack Kerouac casou por encomenda: os “loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos”, os beats, como ele escreveu em On The Road (tradução de Eduardo Bueno), podem até ter queimado em “fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo centro fervilhante […] pode-se ver um brilho azul e intenso”, mas, enquanto inflamavam a literatura norte-americana em meados do século XX, eles também se envolveram em arranjos sociais quase oitocentistas pelos motivos mais estapafúrdios. No caso do escritor de origem franco-canadense, por exemplo, o matrimônio serviu para livrá-lo da prisão.

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A contracapa da Coyote

A contracapa da Coyote

Além da tristeza de nunca ter me aceito entre os seus mais de 340 colaboradores (o número é de 2012), a revista literária Coyote me deu muitas alegrias. Surgida em 2002 e, até onde sei, ainda resistindo – em 2014 foram lançados dois números –, a Coyote publica de escritores a fotógrafos, de artistas gráficos a tradutores e ensaístas. A idéia dos escritores e jornalistas Rodrigo Garcia Lopes, Marcos Losnak e Ademir Assunção, que a editam em Londrina (PR), é publicar apenas material inédito. Na contracapa há sempre um cartum, assinado pelo Beto, de quem não sei quase nada, só que nasceu em Londrina. Mas pouco saber dele não me impede de gostar do seu trabalho.

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O conselho que Susan Sontag não seguiu

Susan Sontag

Susan Sontag (1933-2004) sempre foi prodígio. Mostrou desde cedo intimidade com as Letras, o que prenunciava uma autora de ensaios, romances, críticas de arte e textos sobre política. Sontag foi tema de reportagem na mais recente edição da Revista E, publicada pelo Sesc. Ali se conta que ela concluiu o ensino médio com 15 anos, três anos antes da que costuma acontecer com os alunos nos EUA. Na época, o diretor da escola disse que ela deveria tentar a universidade, mesmo com a pouca idade. A mãe de Susan Sontag, porém, aconselhou a filha a parar de ler, pois se continuasse daquele jeito jamais se casaria.

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Programa de Capacitação de Usuários – 2015/1

Boletim Programa de Capacitação de Usuários Treinamentos programados
Banner do Programa de Capacitação de Usuários – 2015/1

Você sabia que a Biblioteca Central mantém um Programa de Capacitação de Usuários (PCU) para a comunidade acadêmica?

O Programa está dividido em módulos específicos, que abrangem desde as normas e regulamento da Biblioteca até a consulta em avançadas ferramentas eletrônicas de pesquisa.

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O que Michael Cunningham tem a dizer sobre Escrita Criativa

Michael Cunningham

Autor de, entre outros, Uma casa no fim do mundo (1990), Laços de sangue (1995) e As horas (1998) – no qual transforma Virginia Woolf em personagem e pelo qual recebeu os prêmios Pulitzer e o PEN/Faulkner –, Michael Cunningham estudou criação literária e depois foi professor em programas de Master em Fine Arts nos Estados Unidos. Numa entrevista, de março de 2002, publicada na Revista Cult, o autor fala sobre essa experiência:

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