O contista que fez o Brasil tremer

Belo Horizonte, 20 de abril de 1967. Na Livraria do Estudante, um mineiro de 24 anos lançava um livro de contos. Estava bancando a publicação, pois tinha sido recusado por várias editoras. A sessão de autógrafos ia começar. Tocou o telefone.

“Luiz, é pra você.”

20120618bLuiz Vilela então foi até aparelho e ouviu que naquela mesma noite o livro que ele estava lançando – Tremor de terra – tinha vencido o Prêmio Nacional de Ficção, o mais importante da época. A premiação foi polêmica. Alguns escritores conhecidos reclamaram publicamente. Queriam ter ganhado, e perder logo para um jovem desconhecido ainda…

Ainda, porque a partir daí Luiz Vilela virou celebridade literária. Tremor de terra foi reeditado com sucesso de público e crítica. O autor foi saudado principalmente por seus diálogos vívidos e potentes. Em l968, foi premiado no Concurso Nacional de Contos, do Paraná (repetiria o feito no ano seguinte). E recebeu um convite para participar do International Writing Program, em Iowa, Estados Unidos. Ficou nove meses e depois viajou pela Europa, tendo morado na Espanha.

Quando voltou ao Brasil, Luiz Vilela fixou-se em Ituiutaba, sua cidade-natal, no interior de Minas. Depois comprou um sítio. Foi lá que escreveu, por exemplo, O fim de tudo (1973), que levou o Prêmio Jabuti. É lá que vive até hoje. Sempre escrevendo. Sua última obra é o romance Perdição (Record, 2011).

Autoria: Luís Roberto Amabile
Doutorando da Faculdade de Letras / PUCRS
Colaboração:
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