Nascida em Amherst, pequena cidade perto de Boston, Massachussetts, Emily Elizabeth Dickinson (1830-1886) foi uma das grandes poetas americanas do século XIX. Denominada por alguns como “a grande reclusa”, Emily nasceu e morreu na mesma propriedade, uma mansão na rua principal de Amherst, sem nunca ter se casado. Dizem que, depois de adulta, ficou cerca de 25 anos sem sair de casa, evitando visitas e faltando, inclusive, ao enterro dos pais. Alguns críticos atribuem essa postura de isolamento a frustrações no campo afetivo; entre seus amores estariam homens mais velhos, alguns casados, frequentadores da casa dos pais, como o editor Samuel Bowles, o juiz Otis Lord e o pastor Charles Wadsworth. Outros acreditam que a autora tenha tido uma paixão secreta por sua cunhada e vizinha, Susan Gilbert. Há ainda quem atribua a voluntária solidão de Dickinson a razões menos românticas. Segundo essas fontes, ela sofreria de um distúrbio renal crônico, suscetível de provocar incontinência urinária e mau cheiro corporal. Levando em conta que na época não existiam medicamentos adequados para o problema, essa pode ter sido de fato a prosaica justificativa para o enclausuramento da poetisa. Outra curiosidade é que Emily não publicou mais do que dez poemas em vida, sendo a sua obra verdadeiramente reconhecida após a sua morte.
Faculdade de Letras / PUCRS