Por que Mario Arregui escreveu poucas páginas?

Há diversas justificativas para os escritores que, na mais radical das contradições do ofício, optam por não escrever. O catalão Enrique Vila-Matas se ocupou de alguns dos motivos em Bartleby e companhia. O narrador do romance, um escritor que não escreve, percorre explicações reais (o caso de Rimbaud, por exemplo, que abandonou a escritura para viver uma vida de experiências drásticas) e outras mais contestáveis (como o mexicano Juan Rulfo, que justificativa o seu silêncio na literatura com a morte do tio, exímio contador de histórias).

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Que literatura pode surgir da internet?

Kenneth Goldsmith em apresentação na Casa Branca

A pergunta do título, na verdade, diante de tantas respostas possíveis, é insolúvel: o importante é a questão, o modo como ela ressignifica a rede mundial de computadores enquanto lugar de formação da criatividade. Quero dizer: que literatura pode surgir da internet? Milhares. Escritores assistindo três horas de pornô podem usar os vídeos como base para uma coletânea de contos eróticos. Tuítes de celebridades podem se transformar em poesia dadaísta. Reportagens, artigos políticos podem se tornar o núcleo de um livro de espionagem.

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Que literatura há nas mesas do Café Brasilero?

Crédito: Carolina Oliveira

Rua Ituzaingó, 1147, a poucos metros da Plaza Matriz. Ciudad Vieja, Montevideo, Uruguai, o sul do sul do continente. As coordenadas geográficas levam a um salão à meia-luz em que dez mesas de madeira esperam pelos frequentadores. Ao fundo, o espelho do balcão revela, tal como os vidros da porta de entrada, o nome e a data de inauguração do lugar: estamos no Café Brasilero, fundado em 1877.

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Por onde anda Pynchon?

Ninguém sabe, ninguém viu. Esse ditado pode ser clichê – soa até como título para música do Ultraje a Rigor –, mas, no caso de Thomas Pynchon, é uma verdade atroz: recluso há décadas, o escritor norte-americano se tornou o maior enigma da literatura mundial, um quebra-cabeça infinito. Ninguém conhece o seu rosto hoje, se ele está bem de saúde ou não, seu paradeiro atual é desconhecido, há quem garanta que ele já morreu.

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Quantos negócios Simões Lopes Neto viu naufragar?

Recorte de um anúncio da Livraria do Globo na revista Província de São Pedro

Autor de Contos gauchescos e Lendas do sul, os dois livros que acabaram por consolidar o que pode ser chamado de regionalismo gaúcho, Simões Lopes Neto não pôde se dedicar por inteiro à literatura. As histórias de Blau Nunes, hoje lidas e estudadas com atenção no Brasil, só alcançaram sucesso póstumo. Durante a vida, Simões Lopes Neto se dedicou ao jornalismo e a empreendimentos que desmoronavam em sequência.

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Hemingway e Faulkner já trabalharam juntos?

Uma Aventura na Martinica (1944), filme de Howard Hawks

Sobre Hemingway, Faulkner uma vez disse (em tradução livre): “ele nunca foi conhecido por usar uma palavra que fizesse o leitor procurar um dicionário”. Hemingway, por sua vez, respondeu no mesmo tom desaforado: “Pobre Faulkner, ele realmente pensa que grandes emoções vêm de palavras grandes?”. De fato, os dois não se gostavam nem um pouco – a rivalidade, por exemplo, está documentada no livro Faulkner and Hemingway: biography of a literary rivalry, de Joseph Fruscione –, mas Hollywood, essa apaziguadora de ânimos em nome da arte, fez com que eles enfim “trabalhassem juntos”.

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Minha Biblioteca – Nova coleção de e-books

Coleções on-line E-books Livros eletrônicos Minha Biblioteca

A Biblioteca Central está disponibilizando uma nova coleção de e-books, com aproximadamente 6.000 títulos em língua portuguesa, abrangendo as áreas de Ciências da Saúde, Biológicas, Jurídicas, Exatas, Humanas e Ciências Sociais Aplicadas, publicados pelas editoras Atlas, Saraiva, Grupo A e Grupo GEN, entre outras.
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Quem foi a Nadja de André Breton?

Trecho da obra de André Breton. Reprodução

O ano é o de 1962, estamos no outono. Nos arredores da Opéra de Paris, pobremente vestida, uma mulher caminha sem rumo certo: “Vai de cabeça erguida, ao contrário de todos os passantes. Tão frágil que mal toca o solo ao pisar. Um sorriso imperceptível erra talvez em seu rosto”. Este é o primeiro encontro de André Breton, o personagem-narrador-autor de Nadja (1928), com a mulher que empresta o nome ao livro. Os encontros se repetirão, entre a casualidade e a necessidade, por cerca de dez dias.

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Kerouac casou por encomenda?

Jack Kerouac por Tom Palumbo, década de 1950

Sim, sim, sim, é possível dizer que Jack Kerouac casou por encomenda: os “loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos”, os beats, como ele escreveu em On The Road (tradução de Eduardo Bueno), podem até ter queimado em “fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo centro fervilhante […] pode-se ver um brilho azul e intenso”, mas, enquanto inflamavam a literatura norte-americana em meados do século XX, eles também se envolveram em arranjos sociais quase oitocentistas pelos motivos mais estapafúrdios. No caso do escritor de origem franco-canadense, por exemplo, o matrimônio serviu para livrá-lo da prisão.

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