À la Gonçalo M. Tavares

Em 2011, Gonçalo M. Tavares lançou Short Movies, um livro no qual, o narrador, como se fosse uma câmera, retrata cenas do dia a dia. Mas não qualquer cena: o olhar é circunscrito a cenas específicas que revelam o aspecto absurdo do cotidiano. Também eu resolvi tentar. Inspirei-me no prolífico e multipremiado escritor português e fui em busca de escrever um “short movie”. Eis:

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Futebol e literatura

Em ano de Copa do Mundo, editoras e autores levantaram a bola do esporte também entre os livros. O aquecimento vem desde o ano passado, que contou com eventos literários dedicando mesas e destaques ao tema, como a Bienal do Livro e a Fliporto – esta última em novembro, que fez a primeira mesa sobre futebol e literatura com Marcelo Backes, José Francisco Viegas e Juca Kfouri.

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Rosa encantado

Após João Guimarães Rosa ser eleito, sem voto contra, para a Academia Brasileira de Letras, a insistência em adiar a posse, somada a declarações de que não sobreviveria ao evento, criou um mito sobre a morte do escritor, três dias depois. Teria o autor de Grande Sertão: Veredas feito um pacto como o de seu personagem Riobaldo? Ou, como bom inventor que era, Rosa estaria só esbanjando elementos para mais uma história de fantasia e mistério?

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Viajando com Charley

Em 1960, o escritor americano John Steinbeck, que dois anos depois receberia o Nobel, lançou “Viajando com Charley”. No livro, publicado no Brasil nos anos 1970, pela editora Record – ainda dá para achar em sebos –, Steinbeck narra uma jornada de três meses pelos EUA na companhia de seu poodle Charley. Não gosto de poodles, mas gostei do livro, e como em minha última viagem usei pela primeira vez um navegador com GPS, e ele me indicava ruas e avenidas com uma voz masculina, apelidei-o de Charley.

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O processo minucioso de criação de Umberto Eco

Ao desenhar o retrato de todos os monges sobre quem escreveu no romance O nome da rosa (1980), Umberto Eco entrou definitivamente para o rol dos escritores adeptos de uma metodologia minuciosa para a criação ficcional. São autores que fazem plantas detalhadas dos lugares que descrevem nos livros, dramatizam as cenas no mundo real antes de colocá-las no papel ou até fazem o mapa astral dos personagens, como Fernando Pessoa para os heterônimos.

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Um conto de Natal

Charles Dickens (1812-1870) chamava o seu A Christmas Carol (apesar de a tradução brasileira ter sido Um conto de Natal, trata-se de um romance) de “meu livrinho natalino”. Modo de falar, pois o sucesso foi enorme. Publicada em 1843, continua sendo até hoje uma história popular. Fala da redenção do velho e aparentemente insensível Scrooge, que recebe a visita de alguns fantasmas que lhe fazem reavaliar o seu modo de viver.

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Paul Auster lírico

Reconhecido pelos romances, roteiros de cinema e ensaios, Paul Auster também publicava poemas na juventude, que foram lançados este ano no Brasil. Poucos leitores de A Trilogia de Nova York ou de O Livro das Ilusões, best-sellers do autor, podiam imaginar Todos os poemas, que compreende a produção de Auster em um período de 1967 a 1979, a partir de seus 20 anos.

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Vanessa Silla e seus escritos urgentes

Mestranda em Escrita Criativa na PUCRS – onde também se graduou em Letras e cursou especialização em Literatura Brasileira – Vanessa Silla é autora de cinco livros. O último deles, Nanotempo (Editora Bestiário), acaba de sair do prelo. O livro se integra a Nanoescritos (2008) e se caracteriza por narrativas breves, que, segundo a autora, refletem a “urgência moderna”. A seguir, ela fala mais sobre seus projetos literários.

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