A luz e a escuridão de John Cheever

O norte-americano John Cheever (1912-1982) ficou famoso pelos contos publicados originalmente na revista The New Yorker. Pela elegância e sutileza de sua prosa, ele recebeu designações como “arauto da beleza e da luz”, “o Tchecov americano”, “autor de textos aconchegantes”. Em 1978, a coletânea de suas histórias ganhou o prêmio Pulitzer – algumas delas foram reunidas em 28 Contos de John Cheever (Companhia das Letras, 2010).

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De como Oswaldo França Jr. passou a perna em Rubem Braga e publicou um livro

Admirador de Rubem Braga, o escritor mineiro Oswaldo França Júnior levou para ele alguns contos, pra Braga ler e avaliar. Na época, Rubem Braga já era considerado um dos grandes cronistas brasileiros. O escritor consagrado gostou dos escritos do mais jovem e comentou que estava montando uma editora, só não podia publicar Oswaldo França Jr. porque ninguém o conhecia e contos não davam retorno financeiro. Rubem Braga teria dito: se fosse romance, eu editava.

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Marguerite Duras e a memória

Quase toda a obra de Marguerite Duras é em alguma medida ligada à sua biografia, mas, segundo a autora, nenhum de seus livros foi tão autobiográfico quanto “O amante”, em que ela narra a iniciação sexual, aos quinze anos de idade, com um chinês rico e mais velho de Saigon. O livro foi publicado em 1984, quando a escritora tinha 70 anos, e lhe deu a consagração definitiva. Tornouse bestseller, ganhou o Prêmio Goncourt e foi traduzido em dezenas de países.

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Guimarães Rosa e Manoel de Barros nos corixos do Pantanal

O argentino Rodolfo Walsh começou escrevendo contos policiais, mas sua literatura tomou um viés político. Em 1957, lançou Operação Massacre, que pode ser considerada a primeira obra longa do que seria conhecido como new journalism, já que combinava a narrativa jornalística com a literária e fazia isso oito anos antes de Truman Capote lançar À sangue frio. Walsh também ficou conhecido pela coletânea de contos Essa mulher – o conto que dá título ao livro mostra dois personagens conversando sobre Evita, mas o nome dela nunca é pronunciado.

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