Nada de tablet, smartphone, realidade aumentada ou pixel: o que os usuários da nova biblioteca pública de Deichmanske, em Oslo, Noruega, vão ler em 2114 será mesmo o bom e velho livro. Quer dizer, não exatamente. Os livros disponíveis para os visitantes não serão os títulos impressos hoje, lidos e comentados por todo mundo, preservados sob algum tipo de criogenia. Os livros disponíveis até estão sendo escritos hoje, mas vão ser guardados em ambientes confinados e somente serão lidos de fato daqui a 100 anos.
Há diversas justificativas para os escritores que, na mais radical das contradições do ofício, optam por não escrever. O catalão Enrique Vila-Matas se ocupou de alguns dos motivos em Bartleby e companhia. O narrador do romance, um escritor que não escreve, percorre explicações reais (o caso de Rimbaud, por exemplo, que abandonou a escritura para viver uma vida de experiências drásticas) e outras mais contestáveis (como o mexicano Juan Rulfo, que justificativa o seu silêncio na literatura com a morte do tio, exímio contador de histórias).
A pergunta do título, na verdade, diante de tantas respostas possíveis, é insolúvel: o importante é a questão, o modo como ela ressignifica a rede mundial de computadores enquanto lugar de formação da criatividade. Quero dizer: que literatura pode surgir da internet? Milhares. Escritores assistindo três horas de pornô podem usar os vídeos como base para uma coletânea de contos eróticos. Tuítes de celebridades podem se transformar em poesia dadaísta. Reportagens, artigos políticos podem se tornar o núcleo de um livro de espionagem.
Rua Ituzaingó, 1147, a poucos metros da Plaza Matriz. Ciudad Vieja, Montevideo, Uruguai, o sul do sul do continente. As coordenadas geográficas levam a um salão à meia-luz em que dez mesas de madeira esperam pelos frequentadores. Ao fundo, o espelho do balcão revela, tal como os vidros da porta de entrada, o nome e a data de inauguração do lugar: estamos no Café Brasilero, fundado em 1877.
Ninguém sabe, ninguém viu. Esse ditado pode ser clichê – soa até como título para música do Ultraje a Rigor –, mas, no caso de Thomas Pynchon, é uma verdade atroz: recluso há décadas, o escritor norte-americano se tornou o maior enigma da literatura mundial, um quebra-cabeça infinito. Ninguém conhece o seu rosto hoje, se ele está bem de saúde ou não, seu paradeiro atual é desconhecido, há quem garanta que ele já morreu.
Autor de Contos gauchescos e Lendas do sul, os dois livros que acabaram por consolidar o que pode ser chamado de regionalismo gaúcho, Simões Lopes Neto não pôde se dedicar por inteiro à literatura. As histórias de Blau Nunes, hoje lidas e estudadas com atenção no Brasil, só alcançaram sucesso póstumo. Durante a vida, Simões Lopes Neto se dedicou ao jornalismo e a empreendimentos que desmoronavam em sequência.
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Sobre Hemingway, Faulkner uma vez disse (em tradução livre): “ele nunca foi conhecido por usar uma palavra que fizesse o leitor procurar um dicionário”. Hemingway, por sua vez, respondeu no mesmo tom desaforado: “Pobre Faulkner, ele realmente pensa que grandes emoções vêm de palavras grandes?”. De fato, os dois não se gostavam nem um pouco – a rivalidade, por exemplo, está documentada no livro Faulkner and Hemingway: biography of a literary rivalry, de Joseph Fruscione –, mas Hollywood, essa apaziguadora de ânimos em nome da arte, fez com que eles enfim “trabalhassem juntos”.
A Biblioteca Central está disponibilizando uma nova coleção de e-books, com aproximadamente 6.000 títulos em língua portuguesa, abrangendo as áreas de Ciências da Saúde, Biológicas, Jurídicas, Exatas, Humanas e Ciências Sociais Aplicadas, publicados pelas editoras Atlas, Saraiva, Grupo A e Grupo GEN, entre outras.
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